Coluna do dia

Judiciário de SC entra na linha de suspeição após negativas em Tubarão

Não se tem notícia, na história recente de Santa Catarina, de algo semelhante ao que ocorreu em Tubarão. Nada mais nada menos do que nove juízes da Comarca se declaram suspeitos para julgar o ex-prefeito Joares Ponticelli e o seu vice Caio Tokarski, investigados na Operação Mensageiro, deflagrada no final do ano passado.
Com as renúncias, estratégica, o caso Ponticelli/Caio saiu do Tribunal de Justiça de Santa Catarina e “desceu” para a primeira instância. Em poucos dias, os juízes locais alegaram questões de “foro íntimo” para não assumirem o caso espinhoso.
A situação vem gerando indignação e constrangimento dentro e fora da magistratura estadual. Onde está a independência do Judiciário tubaronense? Nove juízes, todos se declarando impedidos de julgar duas lideranças políticas?

Estranheza

Haja intimidade e relacionamento entre os dois poderes (Executivo e Judiciário) na cidade sulista! Ou, eventualmente, como o primeiro juiz resolveu considerar-se suspeito, os demais seguiram o mesmo caminho? Nessa hipótese, estaríamos diante de um comportamento inexplicável, tratando-se de magistrados.

Na mira

Ao fim e ao cabo, todos os nove merecem ser alvos de uma bela investigação – sem corporativismo – da Corregedoria Geral de Justiça e também do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). É algo muito sério o que está ocorrendo no Sul de SC. Se a Corregedoria for tímida, o CNJ terá que entrar no circuito como já ocorreu na Bahia.

Cara nova

A Mensageiro, que vem sendo muito bem conduzida pela desembargadora Cinthia Bittencourt Schaeffer, precisa ter a mesma condução na primeira instância. As expectativas agora recaem sobre uma jovem juíza, com poucos anos de Santa Catarina, mineira de Sabará, possa dar conta do recado em Tubarão com uma atuação imparcial, firme e transparente. Tudo o que faltou no comportamento dos nove da Cidade Azul. Trata-se da juíza Gabriella Matarelli Calijorne Daimond Gomes, titular da 2ª Vara da Comarca de Jaguaruna

Mancha histórica

Sem sombra de dúvidas, acaba de ser escrita uma página desabonadora da história da magistratura catarinense. Como os exemplos vêm de cima, sempre, já há quem lembre que as terríveis condutas de algumas supremas togas está a influenciar juízes Brasil afora. Inclusive os de Tubarão. Alguns supremos ministros têm pautado sua atuação por ilegalidade, prepotência e arrogância.

Tempos estranhos

Tubarão, registre-se, terá eleição indireta suplementar após a renúncia de Joares Ponticelli e Caio Tokarski, o ex-vice-prefeito. Nessa modalidade eleitoral, somente os vereadores podem votar para escolher o novo gestor da Cidade Azul.
Em Brusque também haverá novo pleito após a cassação, arbitrária, de Ari Vequi e Gilmar Doerner.

Cidade portuária

Outra cidade importante que pode ter eleição indireta ainda este ano é Itajaí. Ali, há um levante da Câmara de Vereadores, que procura a todo custo um motivo para cassar Volnei Morastoni e o seu vice-prefeito, Marcelo Sodré.

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