Ladeira abaixo
Não é necessário voltar muito no tempo. Talvez três anos. No máximo. Naqueles dias, era inimaginável, impensável, quase impossível projetar a queda-livre do ex-mito Lula da Silva como ícone da política nacional e até internacional. Na mais recente pesquisa Ibope, nada menos do que 61% dos eleitores afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. É um índice altíssimo, quase assustador. Especialistas em marketing eleitoral costumam dizer que o teto de rejeição para uma candidatura viável é de 40%. Lula da Silva está 50% acima do limite projetado como máximo suportável. Na outra ponta, aqueles que sinalizam que poderiam votar no petista caíram de 41% para 33%. Significa que, a reboque dos escândalos, prisões, delações, denúncias, imóveis “fantasmas” e relações promíscuas de toda a sorte entre o poder público federal e empresas privadas, a imagem mitológica de Lula da Silva simplesmente derreteu. Se as eleições fossem hoje, ele teria enormes dificuldades para chegar a um segundo turno, muito embora, como costumava advertir o falecido Magalhães Pinto, política é como as nuvens no céu. Você olha e elas estão em uma disposição. Quinze minutos depois, você olha novamente o cenário já é outro.
Desfecho
Lula da Silva está ferido de morte. Mas pode ressuscitar com força se todo esse processo terminar em pizza.
Assédio
Deputado estadual Natalino Lázare, presidente da Comissão de Agricultura da Alesc, está sendo assediado pelo PSDB. As portas do ninho estão escancaradas para ele, que está conversando com as lideranças do Meio-Oeste, apoiadores, amigos e familiares. Natalino é filiado ao PR.
Guidi no PR?
Já o PR convidou e está em negociações adiantadas com outro estadual, Ricardo Guidi (PPS). Se ele sair do antigo partidão, os socialistas ficarão sem representante na Assembleia. Lembrando que o PR já filiou um deputado estadual. Maurício Eskudlark saiu do PSD, alegando falta de espaço. E conta, ainda, com Mário Marcondes.
Retorno ao mercado
Técnico renomado no setor elétrico nacional, o catarinense Márcio Zimmermann está sendo cedido para assessorar o presidente de Furnas Centrais Elétricas, Flavio Decat. Em princípio, a cessão vale até junho de 2017. Zimmermann estava licenciado sem vencimentos da Eletrosul desde que deixou a presidência da companhia no ano passado.
Breve currículo
Márcio Zimmermann foi ministro de Minas e Energia no último ano do primeiro mandato de Lula da Silva. Também atuou como secretário-executivo do ministério por muitos anos, sempre ligado a Dilma Rousseff. Naquele processo para prestigiar o PMDB em 2015, o Planalto o desalojou da presidência da elétrica sulista depois de três meses. Zimmermann é funcionário de carreira da Eletrosul e estava numa espécie de quarentena. Teve várias propostas da iniciativa privada, mas acabou não fechando com nenhuma delas.
Reviravolta
“Só posso definir que a justiça foi feita”, disse Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB), após a decisão dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reverteu a cassação de seu diploma de prefeito de Penha e do vice-prefeito, Mário Guaracy de Souza (DEM). A votação aconteceu na noite da última terça-feira, de forma unânime (7 a 0), revertendo o posicionamento inicial do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC).
Reunião única
A relatora do processo, a ministra Luciana Lóssio, acolheu o recurso interposto por Evandro e Guaracy, argumentando que o fato gerador da cassação não pode ser caracterizado como abuso de poder de autoridade. “Só houve uma única reunião, sem notícias nos autos sobre quantos servidores participaram desse encontro”, destacou a ministra.
