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Laguna receberá audiência pública para discutir sobrevivência do Boto Pescador

A Comissão de Aquicultura e Pesca da Assembleia Legislativa de Santa Catarina aprovou, por unanimidade, proposição do presidente do colegiado, deputado Felipe Estevão, para realização de audiência pública em Laguna. A cidade receberá especialistas, autoridades, pescadores e interessados que vão discutir caminhos para salvar o Boto Pescador de Laguna.

A data e o local do evento, que será aberto ao público, ainda serão definidos. ““Os botos pescadores estão presentes em duas cidades no mundo, uma é Laguna, porém estes animais estão em extinção, ficam malhados (presos nas malhas) nas redes e não conseguem subir para respirar e morrem. Vamos criar uma força tarefa em defesa do boto pescador”, conclama Felipe Estevão.

PALESTRA

Felipe Estevão convidou e trouxe para a reunião ordinária da comissão, nesta terça-feira, 26, o engenheiro de Pesca Evandro de Farias. O especialista explicou que a pesca com auxílio dos botos pode ser apreciada em Laguna e que essa tradição deve ser preservada visando à manutenção da pesca e a proteção aos animais. Dos 19 animais mortos desde janeiro de 2018, foram levantados três problemas: a pesca feita por pescadores de fora da região com redes que prendem os animais nas malhas, a poluição e a diminuição do habitat natural dos botos na região.

Ele sugeriu ações para a criação de campanhas de conscientização para a não realização de práticas que ponham risco à vida dos botos; repressão desses atos prejudiciais por meio de aumento de fiscalização pelos órgãos competentes com a disponibilidade de recursos e equipamentos para esse fim; e a mobilizações para a despoluição do complexo lagunar.

 

PARCERIA ENTRE BOTO E PESCADOR

Faria explicou que a população de botos na região de Laguna, calculada em 54 sobreviventes, caracterizada por ser extremamente residente, possui um comportamento peculiar, a pesca cooperativa com os pescadores artesanais da região, onde parcela da população de botos, 23 a 27 indivíduos, auxiliam os pescadores encurralando o cardume de peixes e indicando por meio de uma sequência de sinais o momento exato de jogar a rede, aumentando as chances de sucesso da atividade.

O movimento Boto Vivo foi criado em janeiro deste ano e já reúne pelo menos dez ONGs que atuam na região e a ideia são conscientizar os 4.200 pescadores cadastrados em Laguna. O movimento sugere que seja regulamentada a pesca do bagre na região, promover um observatório social, por meio de uma Parceria Público-Privados (PPP), conscientização da importância da preservação dos botos e que ocorra uma maior fiscalização por órgãos ambientais.

 

*Também com informações e texto de Ney Bueno, Ag. Alesc

FOTOS: Fábio Queiroz, Ag. Alesc

 

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