Enquanto a situação econômica se agrava diariamente em Santa Catarina e no Brasil, acompanhando o ritmo de novas contaminações pelo Coronavírus, o governo do estado vive novo dilema, que precisa ser bem explicado e que se demorar a se resolver vai significar o fechamento de inúmeras empresas e empregos.
Se há os secretários das áreas de Desenvolvimento e de fomento de crédito com a clara percepção de que o governo precisa socorrer os micro, pequenos e médios empresários de Santa Catarina; na outra ponta está o titular da Fazenda, Paulo Eli.
Ele vem fazendo todas as contas para dimensionar o tamanho do rombo na arrecadação diante da quarentena e suas terríveis consequências econômicas. Especialmente em relação ao ICMS, que responde por 80% dos impostos no estado.
Quem tem que entrar no circuito de uma vez por todas é o governador. Com equilíbrio, mas ele precisa mandar fazer, mandar liberar os créditos ao empresariado. Para que eles possam pagar salários, fornecedores e os próprios impostos, fazendo a roda girar.
Argumentação
Importante frisar: se o governador vai vetar a irresponsável suspensão de três meses de ICMS às empresas fechadas em decorrência da pandemia, o Centro Administrativo precisa oferecer logo essas linhas de crédito. Sob pena de ficar sem argumentos e amargar o desgaste duplo, de não disponibilizar o crédito e o de não conceder o fôlego trimestral no pagamento de ICMS.
Nunca é demais lembrar que o fôlego dos pequenos empreendedores é curto, curtíssimo. Neste diapasão, o governador já está perdendo o timing.
Corte na carne
Os chefes dos quatros poderes de Santa Catarina fora o Executivo convergiram para uma solução comum: congelamento de salários de servidores, fim de horas extras e cortes nas verbas disponíveis. Na Assembleia, já se decidiu que a tesoura alcançará 50% da verba de gabinete.
Ao todo, são nove pontos elencados e que foram divulgados em nota conjunta da Alesc, TJSC, MPSC e TCE.
Realidades
Na verdade, a decisão das autoridades trata-se de uma espécie protocolo de intenções. Cada poder adotará as medidas dentro de suas realidades estruturais e financeiras. De qualquer forma, o encaminhamento é correto, justo e vem na hora necessária em função dos prejuízos incalculáveis trazidos pela Pandemia do Coronavírus. E atende, ainda, a pressões de segmentos empresariais e da mídia.
João Mandetta
Os mais vividos certamente se lembram daquele boneco de antigamente, chamado de João bobo. Ele balançava, balançava, balançava mais e não caía. Neste compasso encontramos a situação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Quase demitido por Jair Bolsonaro na segunda-feira, ele ganhou sobrevida, saiu mais forte da investida, mas seu destino será diferente do aludido boneco: a queda dele é questão de tempo.
Ciúme de homem
O presidente anda muito enciumado de Mandetta. Sobretudo depois da pesquisa que mostrou a popularidade ministerial batendo no dobro da presidencial.
A grande verdade é que o ministro da Saúde caiu nas graças dos brasileiros. Ele conquistou a confiança da população, com aquela voz calma, passa tranquilidade e ao mesmo tempo demonstra grande capacidade de comunicação. E transmite segurança e conhecimento técnico. O correto seria o presidente colar nele e absorver esta popularidade. Mas Bolsonaro optou por atacar o subordinado. O presidente não o quer mais à frente da Saúde. aúde e a troca é uma questão de tempo.