Destaques

Líderes se acotovelam em SC

A semana começa com o quadro político em Santa Catarina mais nebuloso e tenso do que o término da semana passada.

Até sábado, o contexto era mais ou menos esse. Após Gelson Merisio praticamente ter alinhavado a chapa com ele ao governo, Esperidião Amin e Raimundo Colombo ao Senado; e João Paulo Kleinübing de vice, a entrada no circuito de cabeças coroadas da política Barriga-Verde embolou tudo novamente.

Gente grande atuou firme nos bastidores, fomentando a ideia de que Amin seria o cabeça de chapa. Posicionamento que cai como um bálsamo a Colombo e é do agrado de outros articuladores contumazes.

Mas a grande verdade, combinemos, é que o ex-governador do PP sabe que não tem como chegar à convenção do dia 28 só com o DEM de JPK e convencer a  maioria do partido que o projeto é viável. Ainda mais se considerarmos que Merisio já terá feito uma grande convenção reunindo 13 partidos no dia 21. Evento que vai homologar as candidaturas dele, Merisio, ao governo, e de Raimundo Colombo ao Senado, deixando as outras duas vagas abertas para o PP.

Desceu quadrado

A única chance de Amin se impor, de fato, é se o PSDB fechasse com ele. Aí seria irreversível uma quinta candidatura ao governo estadual. Maravilha. O detalhe é que o progressista e o pré-candidato tucano à sucessão de Eduardo Moreira, senador Paulo Bauer, tiveram uma conversa muito ruim semana passada, em Brasília. Papo quadrado, atravessado, ruim mesmo.

Pêndulo

Além da possibilidade de chapa pura, os tucanos, se tiverem que escolher entre abrir mão da cabeça de chapa para  Amin ou Mauro Mariani, o emedebista levará a melhor. Senão, rememoremos. Lá em 2002, quando o progressista era o governador, favoritíssimo à reeleição, o PSDB acabou compondo com Luiz Henrique da Silveira e ganhou a improvável eleição. Agora, o MDB não é só governo como tem no presidente estadual do PSDB, Marcos Vieira, um grande aliado.

Goela-abaixo

A menos que Geraldo Alckmin decida intervir no diretório estadual dos tucanos e determine que o partido terá que apoiar Esperidião Amin. Legal. Mas há outro detalhe, ainda. O próprio Amin, depois da conversa engasgada com Paulo Bauer, semana passada, já não advoga mais a presença do senador na majoritária. Certo. Existe, também, outra dificuldade. Para fechar com o PP, os tucanos muito provavelmente exigiriam as outras três vagas na chapa. O que excluiria o grande aliado de Amin, João Paulo Kleinübing. Ou seja, a conta não fecha.

Mesma base

Até porque, Napoleão Bernardes renunciou à prefeitura de Blumenau para disputar o Senado ou compor de vice. Ele é da mesma base de JPK. Será que ele aceitaria concorrer a deputado federal e abrir mão para o presidente do DEM, seu grande rival hoje na região do Vale do Itajaí? Importante acrescentar outro ingrediente aqui. No fim de semana, o distinto público ficou sabendo que Geraldo Alckmin terá o apoio do PSD.  Gelson Merisio, como se sabe, também já abriu o palanque catarinense ao ex-governador e presidenciável tucano. Enquanto isso, o PP nacional flerta com Ciro Gomes, do PDT, partido que também já está fechado com Merisio em Santa Catarina!

Puro sangue

Ao fim e ao cabo, o que está pintando para o tucanato em Santa Catarina é a chapa pura. O que não é mau negócio para Alckmin. Ele ficaria com o palanque do seu próprio partido, e também com os de PSD e PP. Podendo, ainda, beliscar apoios no Manda Brasa. Henrique Meirelles, apostam as raposas da politica, não será candidato a presidente

Pisou na bola

Não bastassem todos estes aspectos, que embolaram definitivamente o jogo sucessório no Estado, houve uma grande, gigantesca pisada na bola de João Paulo Kleinünbing. Gelson Merisio saiu de Florianópolis e foi a Blumenau exclusivamente para falar com JPK. Ofertou a vaga de vice ao Democrata. Que não negou, mas depois vazou para a imprensa que não havia aceitado. Ou seja, está tentando valorizar o passe nas costas do Merisio, com quem passou a estar queimadíssimo!

Sem imposição

Significa que Amin não tem mais como impor o nome de Kleinübing à majoritária com Merisio. Sua presença no projeto ficou comprometida após a “derrapada” da semana. Sobretudo porque o líder do PSD pode ofertar a vaga ao PP do Vale do Itajaí, atraindo um nome como o do ex-prefeito Jandir Bellini. Amin não teria como dizer não a um correligionário! Ainda mais da envergadura de Bellini.

Sair da versão mobile