Está causando muita estranheza nos meios acadêmicos e jurídicos de Santa Catarina a liminar que a Justiça de Blumenau concedeu, bloqueando bens no valor de R$ 6,5 milhões do deputado federal e presidente estadual do PT, Décio Lima.
Liminar é uma medida urgente, de extrema necessidade, para que não se tenha uma situação de prejuízo dentro de um processo judicial. Desde que esse prejuízo seja iminente. Mas liminar depois de 18 anos, como é o caso que envolve o líder petista, é no mínimo estranho.
A defesa do deputado está providenciando o devido recurso junto ao Tribunal de Justiça. A expectativa é de que a referida liminar seja derrubada na segunda instância. Em várias frentes, cresce a percepção de que esse despacho do juízo blumenauense possa ter alguma relação com as duras críticas que Décio Lima tem feito na direção do juiz Sérgio Moro no contexto da Lava Jato. Especialmente na ofensiva do magistrado paranaense contra Lula da Silva, considerando-se que o parlamentar catarinense é amigo, compadre e correligionário do ex-presidente.
A liminar estaria chegando agora, raciocina-se na academia, como uma tentativa de enfraquecer Décio Lima, um dos nomes majoritários do PT para a disputa deste ano. Ainda mais que a decisão vem em plena pré-campanha eleitoral. Como diz o dito popular: não se chuta cachorro morto!
