Lula e a desconstrução do mito
Outrora considerado imbatível nas urnas, o ex-mito Lula da Silva figura com amargos 55% de rejeição na pesquisa Ibope divulgada esta semana. Este é o percentual de entrevistados que não votariam no criador da ex-mãe do PAC “de jeito nenhum.”
Trata-se de um índice assustador. No mesmo dia, a Polícia Federal deflagrou mais uma etapa da Operação Zelotes, que investiga rombo de R$ 19 bilhões na Receita Federal, a partir de esquemas que envolvem o Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, um tribunal que julga processos tributários envolvendo justamente a Receita. A jogada consistia em reduzir dívidas milionárias de empresas em troca de propina graúda.
No epicentro da roubalheira, estaria o notório Luiz Cláudio Lula da Silva, filho adotivo do fundador do PT. Não resta dúvida que Lula já não é mais uma lenda, mas detém ainda a maior fatia de eleitorado cativo (23%) e assiste a seus principais concorrentes para 2018 – José Serra, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva e Aécio Neves – também amargando índices de rejeição muito próximos ao dele. Significa que o eleitorado cansou desta geração de políticos, colocando um gigantesco ponto de interrogação quando o assunto é o próximo pleito nacional.
Os índices
Enquanto 55% rejeitam Lula, o ainda tucano José Serra tem 54% neste quesito. Ele é seguido de perto por outro correligionário, Geraldo Alckmin, com 52%, o mesmo patamar de rejeição de Ciro Gomes. Marina Silva, a sumida, é rejeitada por 50% dos entrevistados e Aécio Neves atinge não menos espantosos 47% daqueles que não votariam nele “de jeito nenhum.”
Perspectiva
Os colossais índices de rejeição de políticos tradicionais no contexto nacional permitem projetar que essa insatisfação possa ir às urnas em 2016. Não por acaso, vários partidos preparam candidaturas de quase novatos ou figuras com pouquíssimo desgaste em cidades estratégicas de Santa Catarina para o ano que vem.
70 anos
Lula da Silva fez aniversário ontem. Mas não tinha nenhum motivo para comemorar. Está enrolado até o pescoço em duas operações da PF: Lava Jato e Zelotes.
Caramori no Badesc
Só agora vazou que o governador Raimundo Colombo e o prefeito de Chapecó, José Cláudio Caramori, ambos do PSD, conversaram na última sexta-feira. Praticamente acertaram os detalhes para a renúncia de Caramori à prefeitura e sua consequente investidura na presidência do Badesc. Engenharia que deve se concretizar já na primeira semana de novembro. A articulação abre caminho, ainda, para a posse de Luciano Buligon (PSB) na prefeitura de Chapecó.
Em Imbituba
O PMDB local filiou um dos maiores empresários da cidade, Luiz Gonzaga de Carvalho, o Zaga da Inkor. Trata-se da primeira filiação dele e tem tudo para ser o candidato a prefeito do município portuário em 2016. Ponto para o presidente da seção municipal do Manda Brasa, Jailson Teixeira. Detalhe: a executiva estadual do partido impediu que a sigla realiza-se sua convenção no último final de semana.
Chapa à OAB
Candidato apoiado pela atual diretoria da OAB-SC, presidida por Tullo Cavallazzi Filho, o advogado Paulo Brincas lança nesta quarta, na sede da Associação Catarinense de Medicina (ACM), em Florianópolis, sua campanha à presidência da Ordem. A eleição está marcada para 16 de novembro.
