Blog do Prisco
Coluna do dia

Lula é Décio em SC

Lula da Silva ligou, quarta-feira, para o Décio Lima e o informou que está tudo acertado entre os canhotos de Santa Catarina. A ligação ocorreu depois daquela primeira rodada entre os deputados e lideranças de esquerda com o guru do petismo em Brasília.
O senador Dário Berger e o presidente estadual do PSB, Cláudio Vignatti, marcaram presença. Ainda no Planalto Central, o grupo se avistou com Rodrigo Pacheco, o presidente do Senado.
O nome da frente esquerdista em Santa Catarina é o petista Décio Lima, amigo, compadre e fiel escudeiro do candidato a presidente do PT.
Lula da Silva não vai abrir mão de três candidaturas do PT que vão defendê-lo caninamente ao longo da campanha.
São elas: Edegar Pretto no Rio Grande do Sul, Décio Lima por aqui e Roberto Requião no Paraná.
Na mão inversa, todo mundo sabe que Dário Berger claudica politicamente. Até ontem, o senador era apoiador de Jair Bolsonaro. E jamais iria defender o petista como Décio Lima fará.

Afago trabalhista
A engenharia é a seguinte: Gelson Merisio abre mão da vaga de vice, espaço que vai ser oferecido para o PSB. Num primeiro momento, os nomes ventilados vão na linha de um Rodrigo Bornholdt, ex-vice-prefeito de Joinville; ou a vereadora Marcieli Vignatti, embora esta solução gere um certo incômodo no próprio Cláudio Vignatti pela ligação familiar.

Cortina de fumaça
Ocorre que esta construção não deve prevalecer. A sinalização inicial será nesta direção apenas para fazer um afago no PDT, partido que pleiteia a candidatura ao Senado.

Senador
O nome natural da Frente para a Câmara Alta, obviamente, é o de Dário Berger. O ex-deputado Jorge Boeira, agora filiado ao PDT, deverá ser encaixado como candidato a vice-governador.
Neste xadrez, os líderes avaliam que basicamente a Frente canhota pode perder apenas o PSOL e a Rede.

Ao léu
Se isso ocorrer, os dois partidos, PSOL e Rede,  não contarão com o apoio do PT nas eleições de 2024 na Grande Florianópolis, região onde eles têm alguma relevância. Traduzindo: correrão o risco de ficarem órfãos, morrendo de inanição eleitoral.

Nova rodada
Os senadores Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) cruzaram talheres na noite de quarta-feira, na Lagoa da Conceição, para nova rodada de conversas que fazem parte das tratativas na busca por um entendimento entre os dois.

Argumentos
À mesa, além do cardápio disponibilizado, o fato de Amin já ter disputado quatro vezes o governo (tendo vencido duas) – agora seria a vez de Mello -; o fato dele ser filiado ao PL de Jair Bolsonaro (se o presidente tivesse assinado no PP, a conversa seria outra) e, claro, pesquisas para consumo interno.

União
Mello e Amin, se quiserem ter realmente chances de segundo turno, terão necessariamente que buscar a convergência até o prazo fatal das convenções homologatórias, que é o dia 5 de agosto.

Canhotos lá
O encaminhamento entre as esquerdas catarinenses, acertado a partir de Brasília, garantirá uma vaga aos canhotos no segundo turno se todos os nomes de centro-direita realmente disputarem o pleito.

Subtraindo
No caso de Amin e Jorginho, o quadro é ainda mais aguado, considerando-se que eles, em caso de candidaturas avulsas, disputarão os votos bolsonaristas de Santa Catarina.