Impressionante o desempenho de Lula da Silva na mais recente pesquisa DataFolha. Mesmo preso e condenado, ele lidera em todos os cenários onde seu nome é apresentado. Embora tenha caído de 37% para 31% na estimulada (quando o entrevistador mostra uma lista de nomes ao eleitor); e de 17% para 13% na espontânea, os números ainda são dignos de estudo.
Social, econômico, cultural.
Como o pajé das esquerdas, além de preso e condenado, está inelegível, alcançado pela Lei da Ficha Limpa, os cenários sem a opção Lula são os da vida real. Até porque 50% dos ouvidos acham que ele não deve disputar. Outros 48% querem o petista na corrida eleitoral.
Neste caso, sem o ex-mito no páreo sucessório, quem mais contabiliza são Marina Silva, que aparece empatada com Jair Bolsonaro; e Ciro Gomes, que pode captar votos na esquerda e na questão regional do Nordeste. Em que pese seu destempero.
Teto?
Já o ultradireitista Bolsonaro estacionou. Não cresce sem a presença de Lula. Há avaliações indicando de que ele já pode ter batido no seu teto. Fica claro que o deputado do PSL encarna o anti-Lula. E um anti-Lula sem Lula tende a murchar.
Geografia
Mas Jair Bolsonaro ainda atrapalha, e muito, o tucano Geraldo Alckmin. O paulista segue estagnado na casa dos 8% das intenções de votos. No Sul, Alvaro Dias, do Podemos, com 16% da preferência, é a pedra no sapato do ex-governador paulista.
Fio de esperança
Talvez com o deputado do PSL fluminense degringolando na preferência do eleitoral, Geraldo Alckmin possa melhorar um pouco no Sudeste, seu reduto principal.
Mais ao Sul, começa a ganhar alguma força a tese de que Dias poderá ser procurado para ser vice de Alckmin, dando musculatura ao tucano nos três Estados da região.
MDB de guerra
Outra hipótese para tentar elevar o candidato tucano acima dos dois dígitos é a aliança com o MDB. Henrique Meirelles, que assim como Rodrigo Maia não empolga para a Presidência, seria o nome para compor e atrair parte da gigantesca máquina partidária do Manda Brasa.
Cargos
O Tribunal de Justiça (TJSC) e o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) encaminharam nesta semana para a Assembleia Legislativa projetos de lei complementar (PLC) que transformam, criam e extinguem cargos em suas estruturas administrativas. As propostas já estão em tramitação e aguardam análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Primeiro grau
O PLC 14/2018 cria na estrutura do Judiciário 462 cargos comissionados de assessor jurídico, além de 402 cargos comissionados de assessor de gabinete para servidores efetivos. Tais cargos, conforme a justificativa da matéria, serão destinados para atendimento nos fóruns das comarcas e são necessários para dar conta da grande demanda de processos que tramitam em primeiro grau. Deve render algum debate no Parlamento e na sociedade.
Articulação
O senador Paulo Bauer (PSDB) foi a maior autoridade presente à cerimônia de comemoração dos 87 anos de Rio do Sul, domingo. Além dos discursos no palco da praça Nereu Ramos, e de inauguração de monumento, não perdeu a chance de cortar o bolo. Quem viu o senador ao lado do prefeito José Thomé (PSDB) e do deputado estadual Milton Hobus (PSD) notou que o pré-candidato ao governo dos tucanos demonstrou habilidade com a faca na distribuição de fatias aos moradores que participaram da festa. Em determinado momento, ele e Hobus conversaram reservadamente. Perguntados ser falavam de alianças para outubro, apenas sorriram.
