No próximo dia 13, Lula da Silva, o irrefutável, estará novamente diante do juiz Sérgio Moro. Desta feita, o “perseguido-geral da República” tentará se explicar sobre o processo em que as autoridades acusam o ex-presidente de receber um terreno, da Odebrecht, para erguer o que seria o Instituto Lula.
A expectativa no país agora é para saber o que o ex-metalúrgico, uma espécie de vestal de si mesmo, vai dizer ao magistrado. No dia 10 de maio, o ex-mito, que se converteu em tipo de demiurgo, mesclou momentos de arrogância, de vitimização e de amnésia. E atacou quem o investiga.
Um belo teatro. Quem acompanha os bastidores da politica, já sabia há anos quem são Lula, Dilma, Temer, Palocci, Zé Dirceu, Geddel, Aécio, Pizzolatti, etc e tal (a lista é bem extensa e atinge todos os principais partidos). Agora o ex-retirante, cujo destino está indo do olimpo para o mais profundo inferno de Dante, vai depor em outro processo no qual é réu. Logo no vácuo do depoimento do ex-número três do partido, Antonio Palocci, ao mesmo juiz Moro.
Pá-de-cal
Com impressionante frieza e tranquilidade, Palocci, que admitiu ser o Italiano das planilhas de controle de propina da Odebrecht, fez um resumo bem detalhado do esquema de corrupção na era Lula-Dilma. A pilhagem na Petrobrás, os “parças” Emílio e Marcelo Odebrecht, a passagem do bastão corrupto à ex-mãe do PAC, o direcionamento de licitações, a criação das contas pessoais de Lula e Dilma abastecidas com propina, o uso do pré-sal (do qual nunca mais se falou) para perpetuar o partido e sua camarilha no poder, os “financiamentos” às campanhas “vitoriosas” do PT, a aquisição do famoso apartamento vizinho em São Bernardo do Campo e as ações para obstruir a Justiça.
Rumo a Curitiba
Se em 10 de maio de 2017 não havia “clima” (mais uma aberração deste país) para o juiz Sérgio Moro dar voz de prisão a Lula da Silva, agora sobram provas, indícios, depoimentos, valores, imóveis, propinas, contatos, reuniões…e vozes clamando por Justiça. Não há outro caminho para o criador e comandante-em-chefe do PT, que se enxerga como o eu em si mesmo, que não seja o xilindró.
Conversa de botequim
Antônio Palocci estava tão tranquilo diante do juiz Sérgio Moro que, em determinados momentos, quase parecia estar numa roda de amigos em algum boteco. Deixou transparecer aquilo que muita gente que conhece as entranhas do PT diz: para eles, a propina, o aparelhamento, os esquemas, os pactos para pilhar o Estado e o cidadão, o poder pelo poder, o subverter a ordem sempre foi e sempre será a regra. E a culpa é dos empresários, dos trabalhadores, da direita, do centro, do alto, de cima, de baixo, do meio. Nunca da atuação criminosa à qual se balizam.
Tutti buona gente
Será que quando estiver novamente diante de Sérgio Moro, Lula da Silva vai sugerir que Palocci é golpista? Será que terá novos ataques de amnésia? Vai dizer que não conhecia Palocci? Que foi outro partido que o indicou para cargos-chave em seu governo, como o Ministério da Fazenda? Vai chamar Palocci de mentiroso? A conferir.
Trajetória
Ainda no primeiro mandato de Lula da Silva, logo depois da queda de Zé Dirceu em função do mensalão (que hoje parece brincadeira de jardim de infância), Palocci se tornou o braço direito do ex-presidente. E se manteve como o terceiro na hierarquia do partido até ser tragado pelas investigações, assim como o ex-guerrilheiro.
Fora do pleito
Não há mais qualquer possibilidade de se admitir uma nova candidatura de Lula da Silva a presidente. Se isso ocorrer, podem fechar todas as bodegas e vamos recomeçar absolutamente do zero.