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Mais cooperação, mais desenvolvimento

Confira o texto do secretário de Estado da Fazenda distribuído aos jornais associados à Adjori/SC nesta semana

Filho do Oeste catarinense, cresci tendo uma grande simpatia pelo cooperativismo. O desenvolvimento de nossa região deve muito a esse modelo de negócio que se espalhou por todo o território catarinense desde a década de 1960, transformando o Estado numa referência em cooperativismo no País. Santa Catarina tem cerca de 260 cooperativas que juntas empregam mais de 56 mil trabalhadores.

No setor agropecuário, as cooperativas foram e continuam sendo fundamentais para garantir a permanência do produtor no campo. Só por isso já merecem o reconhecimento de todos. Mas tem mais: o sistema é responsável por transformar o Oeste catarinense num dos maiores produtores de alimentos e fazer de Santa Catarina o maior produtor e exportador brasileiro de suínos. Na Serra, as maiores produtoras de maçã também são cooperativas que reúnem centenas de produtores.

A máxima “a união faz a força” resume o espírito do cooperativismo. Com estratégias conjuntas, pequenos produtores ganham status de grandes negócios, o suficiente para conseguir competir de igual para igual no mercado globalizado. É um jeito de fazer negócios que faz frente ao velho capitalismo selvagem, restrito ao “salve-se quem puder” ou “cada um por si, Deus por todos”. São negócios consolidados que, segundo dados do IBGE, respondem por 48% de tudo o que é produzido no Brasil.

Em Santa Catarina, o cooperativismo é apontado como um dos fatores da força econômica do estado. No final do ano passado, a revista inglesa The Economist citou a cultura cooperativista como um elemento de diferenciação da região Sul em relação ao restante do Brasil. Na análise da publicação, o modelo onde um grupo de pessoas se une em torno dos mesmos propósitos e interesses é uma das razões do Sul ter os menores índices de desigualdade do País.

O Estado de Santa Catarina sempre esteve ao lado das cooperativas. Principalmente por meio do apoio de profissionais da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), antiga Acaresc, e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola (Cidasc). Um batalhão de extensionistas ajudou a disseminar a cultura do cooperativismo que, no início era vista com bastante desconfiança pelos produtores rurais – algo compreensível, considerando que havia pouca informação sobre o assunto.

Os princípios do cooperativismo falam por si acerca das qualidades do modelo: a adesão é voluntária, os cooperados têm participação ativa na gestão e recebem capacitação para prosperar ao máximo em suas atividades. Mas gostaria de destacar o que eu considero a maior virtude do cooperativismo: o foco na comunidade. O ponto de partida do modelo é a ajuda mútua. O reflexo é a melhoria das condições socioeconômicas dos cooperados e, logo, da comunidade como um todo.

Todo esse movimento gera a empatia necessária para que as pessoas de uma comunidade caminhem juntas na mesma direção. Em outras palavras, contribui para que haja menos divergências entre os interesses econômicos e os sociais. Por isso, o cooperativismo pode ser o caminho mais curto para o tão almejado desenvolvimento sustentável.

 

Antonio Marcos Gavazzoni, secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público

 

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