Blog do Prisco
Manchete

Mais um round: Governo x Alesc

Nada menos do que 34 dos 40 deputados estaduais assinaram a Proposta de Emenda Parlamentar (PEC – 12/2019) que, se aprovada, enquadrará o governador do estado em crime de responsabilidade (a mesma modalidade que embasou o impeachment de Dilma Rousseff) caso não sejam liberadas (pagas) as emendas impositivas que os parlamentares apresentam ao orçamento estadual todos os anos.

Trata-se do mais novo capítulo da queda-de-braço entre os Poderes Executivo e Legislativo, embate que se iniciou este ano junto com o novo governo e a nova legislatura.

Logo agora, que Moisés da Silva vinha consolidando uma base mais sólida, mais visível na Alesc, surge mais esta proposta. É nitroglicerina pura. Argumentos certamente não faltarão de parte a parte, muito embora não haja, ainda, manifestação oficial do Centro Administrativo. Mas é fato que Santa Catarina já desembolsa valor considerável da peça orçamentária anual com os pedidos dos deputados. Em volume, o número é até espantoso. Os R$ 240 milhões de 2018, de acordo com levantamento do Jornal O Estado de S. Paulo, colocam Santa Catarina no terceiro lugar entre as unidades federadas que praticam esta modalidade de orçamento impositivo. São 15 estados onde o Executivo é obrigado a atender as emendas parlamentares. Ou seja, SC só perde para os gigantes Minas Gerais e São Paulo em valor total de emendas.

Rolo compressor

Na questão do valor por deputado, Santa Catarina também figura como terceiro no ranking nacional, considerando-se o Orçamento dos estados. Isso é possível através de um cálculo baseado na Receita Corrente Líquida. Em Santa Catarina, cada parlamentar leva R$6 milhões, só perde para o Distrito Federal (7,7milhões) e Amazonas (6,5milões).

Contravapor

A PEC de SC conseguiu 34 assinaturas para começar a tramitar. Daqui em diante, no entanto, é possível que o governo acione seus canais, mais azeitados, junto ao Parlamento caso entenda que a medida é dura ou pode representar uma ameaça velada ao governador Moisés da Silva. A conferir!

Tiroteio

A proposta de criminalizar o governador caso as emendas dos deputados não sejam pagas já está rendendo celeuma nos bastidores. Há quem diga que houve deputados que assinaram acreditando que o escopo da matéria era outro.

Ampliando o leque

A matéria também estabelece uma nova modalidade de emendas impositivas: as elaboradas por bancadas ou blocos parlamentares com representação na Alesc. Para essas emendas, serão reservados 0,2% da receita corrente líquida (RCL) do Estado. A PEC mantém os 1% da RCL já previstos para as emendas parlamentares individuais, conforme aprovado pelos deputados em 2017.

Posts relacionados

Carlos Humberto (PL) denuncia crime ambiental em Balneário Camboriú

Redação

Comissão de Assuntos Municipais ouve demandas de associações de municípios da região serrana

Redação

Entidades se manifestam na sessão do Alesc Itinerante em Lages

Redação