Desde a última quinta-feira (19) todos os cultivos de ostras, vieiras, mexilhões e berbigões de estão interditados devido à presença de toxina paralisante no litoral de Santa Catarina. Permanece proibida a retirada, comercialização e o consumo destes animais e seus produtos, inclusive nos costões e beira de praia.
A interdição total das áreas ocorreu de forma preventiva após a detecção de uma amostra positiva para a toxina paralisante (PSP) na carne mexilhões no município de Porto Belo. O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa, explica que desde então a Cidasc intensificou as amostragens para ter uma radiografia em todas as áreas de cultivo e, caso, tenham locais não afetados, proceder a sua liberação.
Ainda no final de semana, uma equipe sobrevoou o litoral catarinense em busca de possíveis manchas da alga produtora do PSP. Detectadas essas manchas, a Epagri realizou coletas para avaliação do deslocamento e da quantidade de algas. “Nós estamos trabalhando em conjunto, ouvindo os produtores e fazendo o máximo possível para detectar novas áreas contaminadas ou livres da toxina”, afirma o secretário.
Sopelsa esclarece que esses eventos são impossíveis de prever com antecedência ou controlar, restando às autoridades apenas a sua detecção, alerta e acompanhamento. “Assim que detectamos a presença da toxina já interditamos todos os cultivos de forma preventiva, para assegurar que ninguém fosse prejudicado pelo consumo dos moluscos. Santa Catarina é o maior produtor nacional de mariscos e ostras e é necessário destacar o comprometimento de toda cadeia produtiva e dos técnicos do setor público para garantir a segurança alimentar”.
É importante ressaltar que as algas tóxicas causadoras das marés vermelhas são de ocorrência natural no ambiente marinho. Porém, sob condições ideais de temperatura, luminosidade e disponibilidade de nutrientes, pode acontecer a multiplicação destes organismos de forma mais intensa formando grande manchas no mar. As algas tóxicas são ingeridas em grandes quantidades pelos moluscos filtradores, que acumulam as toxinas em seus tecidos, por isso a proibição da venda e consumo de ostras e mexilhões.
Esta é a segunda vez que a toxina PSP é encontrada em Santa Catarina. Em 1997 já houve registros de toxina paralisante no litroral, mas causada por outro microorganismo.
Santa Catarina é o único estado do país que realiza o monitoramento permanente das áreas de cultivo através do Programa Estadual de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos, há mais de 10 anos. Esse programa existe em todos os países que possuem uma produção expressiva de moluscos, e é um dos procedimentos de gestão e controle sanitário da cadeia produtiva. A decisão da liberação da comercialização e consumo de moluscos será tomada da mesma forma como nos episódios de anos anteriores, garantindo a segurança dos consumidores e a credibilidade dos moluscos catarinenses.