Manchete

Marco histórico

No domingo, 17, a Operação Lava Jato completaria 10 anos. Ela foi enterrada, morta e sepultada com pá-de-cal pelo STF. E com toda a pompa e circunstâncias a que temos assistido.
O Supremo, nunca é demais lembrar, é a mesma corte que a respaldou lá no início. No começo da Lava Jato, as supremas togas deram todo o apoio às investigações, mas como o STF passou quatro anos do governo Jair Bolsonaro abaixo de duras críticas, tendo o enfrentamento presidencial às suas decisões, esse mesmo Supremo resolveu puxar o freio de arrumação.
E encontrar uma saída para tirar o ex-presidente do Planalto. Foi aí que as decisões da corte começaram a ganhar outro contorno.
Desaguando na desmobilização completa do trabalho realizado. Evidentemente que a chegada de Sérgio Moro ao Ministério da Justiça contribuiu para esse cavalo-de-pau. Toda a desmobilização aconteceu para que Lula da Silva voltasse ao poder.

Três instâncias

O petista não foi condenado apenas por Sérgio Moro. Mais três desembargadores do TRF-4 aumentaram as penas dadas por Moro. Outros cinco ministros do STJ respaldaram as decisões. Tudo sempre com o aval do STF.

Nunca antes

A descondenação do atual inquilino do Planalto foi baseada em filigranas formais e jurídicas em cima do CEP da investigação. E culminou na libertação e no restabelecimento dos direitos políticos de Lula.

Sem opções

Era a única alternativa do consórcio para tirar Bolsonaro do caminho. Além disso, houve uma condução absolutamente capciosa, tendenciosa do TSE no pleito de 2022.

Ribalta

Os dois principais responsáveis pela operação Lava Jato acabaram se elegendo para o Congresso Nacional, ambos representando o estado do Paraná. Sérgio Moro foi eleito para o Senado pelo União Brasil (UB), e Deltan Dallagnol, anteriormente associado ao Podemos e agora filiado ao Novo, conquistou a maior votação na eleição para deputado federal no Paraná.

Degola

Deltan já foi eliminado. Literalmente imolado numa forçação de barra absoluta do TSE. Moro está na marca do pênalti. Esta semana, a Justiça Eleitoral deve se manifestar sobre seu futuro. Há quem considere a cassação dele inevitável.

Presença

Santa Catarina recebeu, no fim de semana, Deltan Dallagnol. Ele foi um dos palestrantes do painel intitulado “Brasil que somos para o Brasil que queremos.”

Parlamentar

Evento que também contou com o deputado Gilson Marques, igualmente filiado ao Novo. A propósito, Dallagnol é um nome lembrado para a disputa à prefeitura de Curitiba. E até mesmo para uma eventual eleição suplementar ao Senado.

Incredulidade

Questionado, ele foi categórico: não acredita na cassação de Moro. Assim como o próprio Lula da Silva já teria dito reservadamente. Qual o sentido em cassar um apagado senador para que Bolsonaro eleja outro nome mais ligado a ele?

Medindo forças

Mas a leitura é a seguinte: talvez não cassem nem Moro, nem Jorge Seif em Santa Catarina, onde Bolsonaro também teria tudo para eleger um novo senador. Isso poderia reforçar ainda mais o PL, enfraquecendo o PT. Produziria, evidentemente, reflexos em outubro deste ano e em 2026.

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