Magalhães Pinto, ex-governador de Minas Gerais, costumava dizer que a “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”
É factível e real o postulado do mineiro. Mas há uma coisa que não muda na política de Santa Catarina: a presidência da Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa.
O tucano Marcos Vieira, conhecido por seu carisma e simpatia, assumiu a proa da poderosa comissão em fevereiro de 2012 (naquele ano a inepta Dilma banqueira Rousseff era a presidente deste país e João Raimundo Colombo, o governador). E de lá não saiu mais. Faz, literalmente, o que quer no âmbito do colegiado, atuando de forma arbitrária e absolutamente opaca, sem transparência.
Marcos Vieira conduz as pautas sempre de maneira que alguém venha a solicitar a ele uma concessão, uma modificação em relação ao que ele está encaminhando, criando então a possibilidade para que ele possa transigir e aí…
O que já rendeu vários descontentamentos entre seus pares na Alesc ao longo de tantos e tantos anos. O mais recente embate foi com o deputado Ivan Naatz (PL). O projeto batizado de Programa de Regularização de Débitos de Difícil Recuperação – bonito nome não é mesmo? – passou como um foguete pela comissão.
Ao farejar algo estranho, na linha de que a tal proposta tem jeito, cheio e cor de que veio para beneficiar devedores contumazes do Badesc, Naatz pediu vistas. Vieira negou de pronto e a temperatura subiu.
Depois do bate-boca entre Naatz e Vieira, a proposta saiu da pauta, mas voltará a tramitar nesta segunda-feira, 18, penúltimo dia de trabalho na Assembleia Legislativa.
Naatz tentará contornar a situação para que os bons pagadores não sejam penalizados para variar, apresentando um voto divergente ao relatório de Marcos Vieira, o eterno.
Nesta disputa entre dois parlamentares, Naatz está coberto de razão.