Setores consideráveis do MDB catarinense estão preocupados com as declarações recentes do ex-governador e ex-senador Jorge Konder Bornhausen. Em entrevista, JKB elogiou Napoleão Bernardes, candidato a vice-governador na chapa de Mauro Mariani; criticou Gelson Merisio, que pinta como principal rival do MDB em Santa Catarina; e deu a entender que vai votar no candidato emedebista ao governo.
Isto posto, mais a declaração de que votou em Luiz Henrique da Silveira, em 2006, fez cabeças coroadas do Manda Brasa sentirem aquele friozinho na barriga. Emedebistas temem que o apoio de JKB comprometa o discurso do partido. O MDB costuma, historicamente, se valer de ataques às oligarquias. Foi assim com Jaison Barreto, em 1982; e com Pedro Ivo Campos, em 1986. Em 1994, também vale lembrar, com o apoio de Jorge Bornhausen e do então governador Antônio Carlos Konder Reis, outro emedebista, Paulo Afonso Vieira, virou uma eleição na qual perdeu por 260 mil votos no primeiro turno.
No segundo turno, Paulo Afonso não só tirou a desvantagem que tinha em relação a Angela Amin como colocou 40 mil votos de dianteira sobre a candidata do PP, vencendo o pleito. Ou seja, com o apoio de JKB, o MDB virou o jogo, avançando 100 mil votos por semana do segundo round. Não foi pouca coisa. Neste 2018, a posição de Bornhausen gera apreensão e controvérsia.