Manchete

MDB com praticamente os dois pés no governo, mas com mais espaço

O governador Jorginho Mello continua nas suas articulações para fortalecer o seu projeto de reeleição 2026. Até 6 de outubro, vinha se mantendo muito discreto, não assumindo à luz do dia esse projeto de recondução.
O que ocorreu justamente na última segunda-feira, numa entrevista ao vivo na TV Barriga Verde, no programa Band Cidade. Quando anunciou o encontro com a bancada do MDB e o seu presidente, que ocorreu nesta quarta-feira. Aliás, rodada essa que proporcionou praticamente um fechamento até o final do mês.
Acerto esse que implicaria em abertura de espaços ao MDB com mais uma posição no Colegiado, no caso a Secretaria da Agricultura; e vários cargos de segundo, terceiro e quarto escalões espalhados pelas diversas regiões do Estado.
Os emedebistas desejam sentir-se realmente partícipes do governo. E com um detalhe, dando total autonomia ao novo secretário da Agricultura. O nome deverá ser o deputado Antídio Lunelli, a partir de um apelo partidário.

Fortalecimento

Outro aspecto é a ampliação da autonomia do titular da Infraestrutura, Jerry Comper. A partir daí, o governador começa a fazer uma costura que se inicia pela composição do governo e passa pela presidência da Assembleia Legislativa.

Solução de continuidade

Já se cogita inclusive a aprovação de uma PEC, Proposta de Emenda à Constituição, que necessita quórum de três quintos, permitindo a reeleição do atual presidente, o emedebista Mauro de Nadal.

Na mira

E a articulação é essa que se encerra justamente em 2026, com o apoio e a participação do MDB na chapa majoritária. Além disso, Jorginho Mello vai procurar desidratar gradativamente o PSD.

Presença

O primeiro movimento foi trazendo o ex-deputado Paulinho Bornhausen para a Secretaria de Articulação Internacional. O ex-parlamentar tem sérias dificuldades de convivência com o prefeito reeleito de Chapecó, João Rodrigues.

Família

Ao trazê-lo, evidentemente, Jorginho faz com que a família Bornhausen, tendo à frente o ex-senador, ex-governador e ex-ministro Jorge Bornhausen, possam estar também na sua reeleição. Se ainda no PSD ou aproveitando a janela de março de 2026, para buscar abrigo em outra sigla. Mas não fica só aí.

Capital

Há também o prefeito reeleito Topázio Silveira Neto, que em recente reunião com os vereadores de Florianópolis deixou claro que em 2026 estará com Jorginho Mello.

Posição

Portanto, deixando claro que se o PSD buscar o seu próprio caminho, Topázio não vai acompanhar os pessedistas. E a ideia é que fique um pouco mais no PSD para quando eventualmente desembarcar, ele possa trazer vereadores e lideranças da Grande Florianópolis dentro da estratégia de esvaziar o PSD.

Serra

Estratégia essa que vai mais longe. Chega à capital serrana, onde a prefeita que assume a 1º de janeiro, a deputada federal Carmen Zanotto, do Cidadania, também considerando a sua convivência em passado recente com pessedistas como o ex-governador Raimundo Colombo e o atual prefeito Antônio Ceron, poderá também, quem sabe, buscar uma aproximação desse grupo com o próprio Jorginho Mello.

Descontentamento

É sabido que Raimundo Colombo está descontente no contexto do partido, não só com o João Rodrigues, mas também com o Júlio Garcia.

Siglas

Então, a estratégia é mais ou menos por aí. Ah, mas Topázio e outros pessedistas migrariam para o PL? Não necessariamente. Um destino poderia ser o Republicanos, ou, ainda, o PRD, que é resultado da fusão do patriota com o PTB, que também está sob controle de Jorginho Mello.
Enfim, o governador continua na sua balada, fortalecendo seu projeto e isolando aqueles que são seus principais adversários, os pessedistas.

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