Dois vídeos que circulam pelo WahtsApp ilustram uma clara reação dos deputados estaduais do MDB ao levante dos federais (três deputados e um senador) que querem definir o nome do candidato a governador ainda este ano. Recentemente, o quarteto esteve com o presidente nacional do Manda Brasa, Baleia Rossi, que deu aval para o projeto de candidatura própria, fortalecendo o grupo.
Em agosto, quando já deveriam ter sido realizadas as prévias que apontariam o nome emedebista à cabeça de chapa, a bancada estadual movimentou-se e jogou o certame para 15 de fevereiro de 2022. Na esperança de que até lá já tivesse pavimentado o caminho para a chegada de Moisés da Silva ao MDB. Para ser o candidato, naturalmente.
Em um dos vídeos, o Presidente da Assembleia, Mauro de Nadal, não poupa elogios ao governador do Estado. “Tem sido um grande trabalhador. Aliás, a equipe está de parabéns,” declarou o deputado, salientando que o Moisés da Silva e o chefe da Casa Civil, Eron Giordani, colocaram os servidores para trabalhar até de madrugada para que os recursos cheguem às prefeituras.
Na base
Foi durante um evento para liberação de verbas estaduais para Pinhalzinho e Nova Erechim, cidades que fazem parte da base política de Mauro de Nadal.
Em outro momento, o líder da bancada do MDB na Alesc, Valdir Cobalchini, destaca a harmonia entre o Executivo e o Legislativo, assegurado por uma base de apoio sólida no Legislativo estadual.
Um recadaço para os federais, que também têm recebido sinalizações claras dos prefeitos do MDB, satisfeitos com a administração estadual.
Identidade
Moisés da Silva, aliás, atua para tentar sanar uma certa falta de identidade político-partidária. Eleito na onda Bolsonaro, em 2018, ele logo que assumiu afastou-se do presidente. Mas não foi só. Também deixou de lado algumas bandeiras conservadoras da campanha, revelando-se, na prática, como um governador com forte viés de esquerda moderada.
Partidos
Sem partido desde que desembarcou do PSL, Moisés namora com o MDB mas também recebe convite para se filiar ao Progressistas, arquirrival do Manda Brasa em Santa Catarina. Sem falar que as duas legendas hoje fazem parte do mesmo governo, uma mistura que é compreensível mas que está muito longe de ser politicamente autoexplicável.
Bate-boca
Segue rendendo nos meios políticos o bate-boca, que quase terminou em vias de fato, entre o senador catarinense Jorginho Mello (PL) e o notório Renan Canalheiros, que dispensa apresentações.
Perseguição
Jorginho, que tem toda razão ao defender Hang da perseguição a que tem sido submetido simplesmente porque apoia o presidente Jair Bolsonaro, deve estar de olho numa possível retribuição do empresário.
Estímulo presidencial
Não é de hoje que o próprio Jorginho sonha em ter Hang como companheiro de chapa, desde que o dono das Lojas Havan dispute o Senado. Ao marcar posição nacional contra os desmandos da CPI do Circo que, aliás, convocou Luciano Hang para depor na próxima quarta-feira, o senador do PL espera ter dado mais um passo neste processo para trazer o empresário para o jogo eleitoral.
Projeto que é estimulado, ainda, pelo presidente Jair Bolsonaro.
