Manchete

MDB-SC no córner do ringue político-eleitoral

Duas decisões judiciais recentes colocam o MDB de Santa Catarina no corner, considerando-se o ringue eleitoral para os dois próximos pleitos.

Líderes emedebistas de Santa Catarina não cansavam de repetir que a seção estadual do Manda Brasa era diferente, que nada tinha a ver com a nacional, que a cúpula nordestina e nortista do partido era corrupta, etc e tal.

Pois muito bem. Este discurso vai caindo no vazio. Duas decisões recentes do Tribunal de Justiça atingiram em cheio dois emedebistas catarinenses de cruz na testa.

A mais recente foi a condenação, a 10 anos de prisão em regime fechado, do deputado estadual Romildo Titon. Ex-presidente da Assembleia, o parlamentar atualmente pilota a  mais poderosa e importante comissão permanente do Legislativo estadual, a Constituição e Justiça (CCJ). Titon está no sétimo mandato de deputado estadual e já foi prefeito de Campos Novos. É uma das figuras de expressão na realidade atual do MDB catarinense. O deputado foi investigado no âmbito da Operação Fundo do Poço, do Gaeco, que detectou fraudes em licitações para perfuração de poços artesianos no Estado.

Tarrafada

Além de Romildo Titon, a Operação Fundo do Poço denunciou outras 37 pessoas, entre políticos, agentes públicos e empresários.

Ladeira abaixo

Outro emedebista de quatro costados alcançado por duríssima decisão judicial foi o ex-deputado e ex-prefeito de Lages, Elizeu Mattos. Ele que foi líder dos governos Luiz Henrique da Silveira, Eduardo Moreira (tampão) e Raimundo Colombo na Alesc.

Cronologia

O lageano também acabou figurando no epicentro de outra operação do Gaeco, a Águas Limpas. Esta, deflagrada em 2014 enquanto a Fundo do Poço estourou em 2013.

Insegurança jurídica

Por decisão da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, foi determinada a prisão de Elizeu Mattos. Ele só não foi detido lá em novembro, quando a sentença foi proclamada, em função de uma pneumonia que acometeu o ex-prefeito.

Interferência suprema

Nesse meio tempo, o STF mudou a regra, acabando com a prisão de condenados após decisão colegiada de segunda instância. Só que aí a Terceria Câmara do TJSC pediu a prisão preventiva de Elizeu. Na última sexta-feira, contudo, por despacho do ministro Gilmar Mendes, um especialista em habeas corpus, o emedebista livrou-se da prisão.

Contra a maré

O momento não é favorável ao MDB catarinense. Estamos falando do maior partido do Estado, que pode sentir os desdobramentos eleitorais a partir destas duas sentenças. Importante lembrar que a sigla hoje carece de uma grande liderança, de um grande nome para a próxima disputa estadual, lá em 2022. Este mesmo MDB que já teve Pedro Ivo Campos, Jaison Barreto, Paulo Afonso Vieira, Casildo Maldaner, todos ex-governadores com exceção de Jaison, e mais recentemente, Luiz Henrique da Silveira, que cumpriu dois mandatos.

Juntos e misturados

Não por acaso, o MDB está flertando, quase noivando, com Moisés da Silva para composições municipais já em 2020, começando por Florianópolis e Joinville. O governador também tem tudo para indicar um emedebista, muito provavelmente Luiz Fernando Vampiro, para ser o novo líder do governo na Assembleia Legislativa.

Reeleição

Todas estas negociações visando a próxima eleição municipal têm como pano de fundo o pleito de 2022, quando Moisés buscará a reeleição. E começa a pavimentar o caminho, deixando a possibilidade de ter o MDB o apoiando. E talvez indicando o candidato a vice-governador.

foto>Felipe Carneiro, divulgação

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