A seguir, o blog reproduz entrevista exclusiva com o Marcelo Vitorino, um dos palestrantes do 1º Seminário de Marketing Político, marcado para o dia 25 de abril. O evento está sendo organizado pelo Sinapro, com apoio da Fiesc. Confira:
“Quem usa a tecnologia é que tem a responsabilidade de usar bem as ferramentas”, diz estrategista político
Um dos pioneiros no uso de ferramentas digitais no Brasil, Marcelo Vitorino é um dos palestrantes do 1º Seminário de Marketing Político promovido pelo Sindicato das Agências de Propaganda de SC (Sinapro), dia 25 de abril, na sede da FIESC. Atuando como estrategista de comunicação digital, auxiliou empresas e a explorarem melhor o potencial da internet. Foi responsável pelas campanhas digitais Kassab 2008 (SP), Confúcio Moura 2015 (RO) e Crivella 2016 (RJ). Em 2010, coordenou a campanha digital de Orestes Quércia para o Senado, bem como a do Rodrigo Garcia para deputado federal. É professor no Centro de Inovação e Criatividade da ESPM em São Paulo. Ele concedeu esta entrevista exclusiva ao blog.
Para os indecisos, qual será a melhor estratégia de marketing político?
Esse grupo de eleitores sempre foi, e continua sendo, carente de candidatos transparentes e honestos quanto a sua ideologia. Portanto, o melhor caminho é apostar em um conteúdo sóbrio, objetivo, e ainda assim, interessante para o eleitorado. Candidatos precisam mudar a postura e abandonar os velhos chavões, que são muito comuns aos representantes dos extremos. Buscar uma aproximação com demandas reais, mais pragmáticas e não prometer milagres, mas sim trabalho. É isso que esse eleitor busca, a verdade.
Na sua opinião, de que forma a tecnologia pode melhorar a qualidade do voto?
A tecnologia já melhorou muito a qualidade do voto, muita gente não percebeu essas mudanças, mas melhorou. Há cerca de dez anos um candidato aparecia somente em horário eleitoral, depois submergia por quatro anos e reaparecia. Hoje, a classe política é colocada para se posicionar publicamente a cada instante, mesmo de temas que sequer são trabalhados por eles. Os eleitores ficaram mais próximos e as redes sociais ajudaram nessa relação de exposição. Pena que muitos políticos ainda não entenderam como tirar proveito e acabam se fixando em bobagens como aumentar número de fãs ou ficar exaltados quando criticados.
Quais os desafios dos profissionais de marketing tendo de um lado jovens conectados e, de outro, pessoas que vivem nos rincões do país? A tecnologia matou o coronelismo?
Seria uma leviandade da minha parte, com toda a experiência que possuo, tendo começado nas campanhas tradicionais e migrado para as digitais, afirmar que a tecnologia encerrou com vícios do sistema eleitoral. Até porque, a tecnologia é uma ferramenta, não uma solução. A tecnologia, quando bem utilizada, ajuda candidatos a combaterem boatos, não a criarem. Ajuda a ampliar o debate ideológico, não a estrangulá-lo. Quem usa a tecnologia é que tem a responsabilidade de usar bem as ferramentas. Ainda há coronelismo e outros problemas porque há políticos e eleitores que não conseguem se adaptar ao mundo contemporâneo. Em uma democracia recente como a nossa, é aceitável que isso ocorra, mas em breve o quadro irá mudar. E apenas para colocar uma informação sobre os rincões: onde a internet não chega, o rádio chega, e esse mesmo rádio, busca as notícias na internet.
Para mais informações sobre o evento, acesse sinaprosc.com.br