A Operação Mensageiro, que já prendeu sete prefeitos, um vice, vários secretários e agentes públicos, está muito longe de terminar.
Muito pelo contrário. Ela foi deflagrada em meados de dezembro do ano passado e deve seguir pelo menos até o fim do ano.
Sem a menor dúvida. Já temos 10 municípios em investigação, número que poderá chegar a 50. Isso mesmo, 50!
Novos prefeitos poderão ser alcançados e não somente eles. Lideranças políticas de abrangência estadual também podem entrar na rota mensageira.
Não está descartada, ainda, a hipótese de parlamentares serem alcançados. É o maior escândalo de corrupção da história de Santa Catarina, estado que passou praticamente incólume durante a Operação Lava Jato. As investigações estão a cargo do Ministério Público com o apoio da Polícia Civil.
Sui generis
O único município onde foram presos prefeito e vice foi em Tubarão. É justamente lá que se observa uma reação popular diferente dos demais onde o trabalho da Mensageiro já chegou.
A Deus dará
É difícil dimensionar, mas pelas informações que chegam mais da metade da população da Cidade Azul está perplexa. Não apenas com a prisão do prefeito Joares Ponticelli, mas há um incômodo e muita reclamação. Boa parte não está convencida do seu envolvimento e a cidade está sentindo-se abandonada. Fora do eixo, sem prefeito e nem vice. Responde, interinamente, pela prefeitura o presidente da Câmara.
Irresponsabilidade
O sentimento tubaronense é que o prefeito acabou sendo alvejado porque deu muita autonomia ao vice, Caio Tokarski, que seria um operador. A responsabilidade de Ponticelli estaria muito mais na transferência de poder ao vice do que na prática direta de ilicitudes. A evolução do quadro municipal vai depender do tempo da prisão dos dois tubaronenses.
Fora do páreo
O candidato de Joares à sua sucessão era o vice. Evidentemente que ele está fora do páreo. Se o prefeito ainda será um cabo eleitoral forte ou não, dependerá da permanência, ou não, dele na prisão.
Conjecturas
Enquanto isso, novas conjecturas, elucubrações e especulações vão surgindo ao natural. O deputado Pepê Collaço, que foi eleito com o apoio de Joares Ponticelli, já sinalizou. Não será candidato a prefeito. Vai cumprir o mandato de deputado para o qual foi eleito em 2022.
Avaliando
Se o PP vai lançar alguém, o próprio vereador Gelson Bento (PP) ou se vai buscar um empresário, são questões que estão sendo avaliadas.
Replay
Poderemos ter, novamente, na Cidade Azul, um embate entre o governador Jorginho Mello e seu antecessor, Moisés da Silva.
Raiz
O ex-chefe do Executivo estadual é natural da Capital, mas fez carreira no Corpo de Bombeiros de Tubarão, onde também constituiu família.
“Celebridade”
Ele se elegeu governador como ilustre desconhecido em 2018 na Onda Bolsonaro. Em 2022, nem ao segundo turno chegou. Ao assumir a presidência estadual do Republicanos, ele projeta uma candidatura de deputado federal.
Volta às origens
Mas tem gente pressionado Moisés a disputar a prefeitura. Jorginho Mello deverá lançar o chefe da Casa Civil, Estener Soratto Jr, que se elegeu deputado estadual. Seria um embate indireto entre os dois, caso Moisés da Silva aceite o desafio de ser candidato a prefeito da segunda maior cidade do Sul catarinense.
foto>Hely Pamplona, divulgação