Uma conversa na tarde desta quinta-feira, em Brasília, pode mudar significativamente o quadro político estadual com vistas ao pleito de 2022.
Os catarinenses Fábio Schiochet, deputado federal e presidente estadual do PSL; e Gelson Merisio, ex-deputado que chegou ao segundo turno nas eleições de 2018, foram recebidos na residência de Eduardo Rueda, homem forte do PSL nacional e de total confiança do presidente nacional do partido, Luciano Bivar.
Merisio e Schiochet já vinham conversando, mas a posse do ex-prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, acelerou o processo.
Explica-se: Schiochet esteve muito próximo de Moisés da Silva no período de maior agonia do governador. Uma vez superado o processo de impeachment, Moisés foi atraído pela Alesc e se afastou de Schiochet.
A distância ficou tão grande que Buligon, filiado PSL, foi convidado, aceitou e tomou posse sem que houvesse qualquer conversa, consulta ou convite do governador a Schiochet. Nem para a posse do secretário o deputado foi convidado.
Vale contextualizar. Foi Fábio Schiochet quem destituiu Buligon da presidência do PSL chapecoense no calor da campanha eleitoral de 2020. O ex-prefeito reassumiu a proa partidária recentemente, pela vida judicial.
O troco vai sendo construído por Schiochet. Na conversa de hoje em Brasília, Merisio foi convidado a assinar ficha no PSL e tem grandes perspectivas de aceitar. Caso ocorra, será um quadro sui generies. Merisio foi derrotado no segundo turno de 2018 justamente por um candidato que era filiado ao PSL e que ainda permanece nas fileiras partidárias a bordo do cargo de governador. Agora olhando-se para 2022, como vai ser? Moisés fica no PSL? Não será candidato a governador? Vai haver disputa entre Moisés e Merisio? Ou o governador vai assinar no MDB, partido que hoje pilota boa parte do orçamento da máquina estadual?
São perguntas que estão no ar.
A partir da possível filiação de Gelson Merisio ao PSL, a ideia é formar uma tríplice aliança – o que diria Luiz Henrique da Silveira? – com o PL de Jorginho Mello e o PP de Esperidião Amin.
Um dos três, inclusive já conversou com o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, um dos expoentes estaduais do PP. Amin ainda não foi abordado sobre o assunto. Como nenhum dos dois senadores estava na reunião, pode-se deduzir que, a esta altura do campeonato, esta frente partidária pode ser ainda muito mais uma intenção de Schiochet e Merisio.
De qualquer forma, se as articulações evoluírem, estamos falando de uma aliança que pode sacudir a política estadual, pois já surgiria com três nomes com envergadura majoritária: Amin, Mello e Merisio.