Coluna do dia

Merísio marca posição para 2018

Merísio marca posição para 2018

São açodadas as leituras indicando que o recuo do presidente da Assembleia, Gelson Merísio, retirando a emenda à LDO que alterava o repasse aos demais poderes, foi uma derrota política.

Uma observação mais atenta permite projetar que Merísio “ficou bem na foto” perante a opinião pública, sufocada por serviços públicos de péssima qualidade e indignada com tantas regalias e desmandos nas estruturas de poder.

Embora isolado, ele demonstrou coragem ao levantar esta bandeira. A ideia é congelar os repasses ao Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e Udesc, além do próprio Legislativo. Seria uma forma de destinar mais  recursos para as atividades-fim do Estado, como novas unidades de saúde e educação, estradas e estruturas policiais.

O recuo foi pontual e tático. O próprio Merísio foi à tribuna da Assembleia – voltou dos EUA somente para comandar a última sessão antes do recesso (quarta-feira) – deixar claro que o debate está apenas começando. Para a coluna, o pessedista ganha nas duas pontas: junto ao eleitorado, já que desfraldou uma bandeira que poderá estar na ordem do dia do embate majoritário de 2018; e também junto aos poderes, pois foi coerente ao evitar o clima de confrontação que poderia se criar em um momento econômico e político delicadíssimo.

 

 

Elegante

Atitude elegante e respeitosa a do procurador-geral de Justiça, Sandro Neis, que é o chefe do Ministério Público estadual. Ele fez questão de acompanhar pessoalmente, na Alesc, o pronunciamento de Merísio sobre sua decisão de retirar a emenda do duodécimo.

 

 

Deselegante

A interlocutores, o presidente do Parlamento sinalizou que não digeriu a atitude de outro chefe de poder: a do desembargador Nelson Schaefer Martins, presidente do Tribunal de Justiça. Sabendo que Merísio estava retornando dos EUA na terça-feira à tarde, Martins, acompanhado de outros magistrados, visitou o presidente em exercício da Alesc, Aldo Schneider, no início da manhã. Poucas horas depois, o presidente de fato já estava em Santa Catarina. A bronca de Merísio restringiu-se ao presidente do TJ, não alcançando o deputado peemedebista.

 

 

Paternidade

Raimundo Colombo não se manifestou a respeito da iniciativa de Gelson Merísio, de mexer no “soldo” dos poderes, pelo simples fato de o correligionário não ter o consultado ou mesmo comunicado de sua iniciativa, o silencio governamental nada teve a ver com uma eventual rota de colisão do Executivo com os Tribunais de Justiça e Contas e o Ministério Público.

 

 

Palhaçada

No jogo de cena da “gambiarra (reforma) política”, suas excelências, os deputados federais, resolveram desfritar o ovo, voltando à estaca zero na questão da duração dos mandatos. Depois da aprovação dos cinco anos para todos os cargos, esta semana eles recuaram: quatro anos para presidente, governador, prefeito, vereador e deputado; e oito para senador. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

 

 

Lama

Agora o PP nacional ameaça contar tudo o que sabe, entregando Dilma Rousseff e Lula da Silva no âmbito da Operação Lava-Jato. Marcelo Odebrecht valeu-se da mesma tática. E segue sem dar um pio.

 

 

Eduardo carioca

Dois nomes do PMDB despontam para a hipotética candidatura a presidente pelo partido (intenção manifestada pelo vice-presidente Michel Temer): os cariocas Eduardo Cunha e Eduardo Paes. Já tem gaiato brincando que necessariamente o Zé Carioca vai emplacar na cabeça de chapa peemedebista.

 

 

Aliás

Como o segundo mandato Dilma/Temer mal começou, ninguém entendeu bem ainda essa manifestação do vice, cravando, publicamente, que o partido terá candidato a presidente em 2018. A explicação mais plausível aponta para o instinto de sobrevivência, que estaria obrigando o manda brasa a se descolar do PT.

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