Programa instituído em 1999 já emprestou – quase R$ 3 bilhões – mais de 3 bilhões nas duas décadas de existência
Referência para todo o Brasil, o programa de microcrédito catarinense celebra em novembro seus 20 anos de existência. Neste período, foram emprestados em torno de R$ 3 bilhões, realizadas cerca de 900 mil operações com um ticket médio de R$ 3,7 mil e criada uma carteira de quase 70 mil clientes ativos. Para comemorar essa história de fomento ao empreendedorismo e desenvolvimento regional, a Amcred (Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil) promove seu encontro anual no dia 19 de novembro, na sede do Sebrae, em Florianópolis, com um painel especial com ex-dirigentes e palestra sobre o momento atual do crédito no Brasil.
Mas afinal, o que distingue o microcrédito catarinense de outros estados? Segundo o presidente da Amcred, Márcio Rossini, o grande diferencial do Estado é que as instituições de microcrédito são 100% operadas por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, as chamadas Oscips. “Santa Catarina é um ponto fora da curva no microcrédito, porque o trabalho feito aqui é um trabalho de porta a porta para atender as pessoas que não têm acesso aos bancos tradicionais. E a forma como nos organizamos permite que possamos atender todos as regiões do Estado e até expandir para os demais estados do Sul, que não têm um programa consistente como o nosso”, observa.
Gerente de Operações Especiais do Badesc, Rodrigo Herval Moriguti atribui ao modelo adotado no Estado o sucesso do programa. “O microcrédito catarinense não é assistencialista. Todas as operações precisam ser sustentáveis. Os juros cobrados pelas instituições são competitivos. Tudo isso explica porque vimos tantas operações abrirem e fecharem as portas em outros lugares, enquanto aqui estamos crescendo muito”, comenta.
O Badesc foi responsável por instituir o programa do microcrédito no período do ex-governador Esperidião Amin. Na época, apenas duas instituições já haviam iniciado as operações – o Banco da Família, de Lages, criado em parceria com a Associação Comercial de Lages, e o Blusol, uma parceria com a Prefeitura de Blumenau. Segundo Moriguti, o fato de o programa catarinense não depender de subsídios, faz toda a diferença. “Não estamos vulneráveis a questões políticas. É um programa de governo perene e por isso consegue prover o acesso ao crédito a um número tão grande de pessoas. O papel do Badesc é ajudar a escalar o negócio com inovação e inteligência, porque o microcrédito é caro”.
SERVIÇO
O QUE: Vº Encontro do Programa de Microfinanças da Região Sul do Brasil
QUANDO: 19 de novembro
LOCAL: SEBRAE – Rodovia SC 401 – Florianópolis