Faz oito meses que o Supremo Tribunal Federal tem apenas 10 magistrados. Joaquim Barbosa aposentou-se ano passado, e até ontem ninguém entendia direito o porquê da demora de Dilma Rousseff em efetivar o substituto do ex-presidente da corte. A desconfiança generalizada, nos meios políticos e jurídicos, indicava que a petista, deliberamente, evitava nomear o 11˚ integrante do STF para deixar brecha a ser beneficiada por empates em julgamentos mais delicados.
Agora sabe-se que não era bem isso. O PT escancarou o aparelhamento do Estado, em todos os poderes, níveis, instituições. Inclusive no Judiciário. Dilma atrasou sim, deliberadamente, a nomeação, mas não para se beneficiar com a possibilidade de 5 a 5 em plenário.
E sim para colocar um advogado do PT no comando dos julgamentos do Petrolão, no qual o partido e seus aliados estão atolados até o pescoço. O ministro Dias Toffoli, como se sabe, foi advogado de várias campanhas do PT. É amigo íntimo do agora agitador social Lula da Silva.
Ele usou de uma prerrogativa regimental para pedir transferência da Primeira para a Segunda Turma do Supremo. Este colegiado será o responsável pelo julgamento das futuras ações penais baseadas na Operação Lava Jato. Uma vez no novo endereço, o ex-causídico petista assumirá a presidência da turma em maio, quando expira o prazo de comando do catarinense Teori Zavascki. Um escracho. O Estado aparelhado e a serviço de um projeto de poder e não de governo.
Foto: Roberto Stuckert Filho