O PL saiu das eleições do ano passado com uma bancada invejável na Câmara. Elegeu 99 deputados. O PT conquistou 70 cadeiras.
De Santa Catarina, os liberais fizeram seis assentos na Casa. Deste sexteto, cinco continuam fieis a Jair Bolsonaro: Daniela Reinehr, Carol De Toni, Daniel Freitas, Zé Trovão e Júlia Zanatta.
Já Jorge Goetten tem votado muito mais com o desgoverno vermelho do que com a oposição.
Ele compõe um grupo de 30 parlamentares do PL que, pelo jeito, só usaram a legenda para chegar lá, mas querem mesmo é emendas, cargos e outras coisitas mais.
O número de liberais alinhados ao Planalto é praticamente a mesma diferença que o PL abriu em relação ao PT nas urnas em 2022.
Esse é o ponto de divergência entre o ex-presidente da República e o presidente do PL, Waldemar da Costa Neto.
Bolsonaro exige o enquadramento dos 30. Ou eles se alinham à oposição ou teriam que ser expulsos do partido.
Jeitinho
Bem ao seu estilo, Costa Neto coloca panos quentes, tenta administrar a situação. O PL, evidentemente, deveria estar na oposição.
Alinhamento
Mas a força do poder atrai, além de liberais, muitos deputados de outras legendas que apoiaram Bolsonaro em 2022 como Republicanos e do PP.
Quando o governo chega, se instala, não são poucos os deputados que votam de acordo com seus interesses pessoais e políticos.
Faz de conta
A partir daí o compromisso partidário, observando o contexto programático e ideológico, vai pro espaço.
Memória
Vale lembrar que Lula da Silva tem uma história com o PL. Foi esse mesmo partido que lá em 2002, mais de 20 anos atrás, coligou com o PT, assegurando o já falecido empresário mineiro Zé Alencar como vice do petista. O líder vermelho havia perdido os pleitos em 1989, 1994 e 1998. Sempre ficando na segunda colocação.
Fiador
O encaixe de Alencar na chapa ocorreu para mandar um recado à sociedade no sentido de que o PT não instalaria um regime de extrema esquerda.
Tripé
A eleição do ex-tudo petista naquele ano passou por três grandes movimentos. Além da atração do PL para fechar com Zé Alencar de vice houve a participação fundamental do marqueteiro Duda Mendonça, já falecido; e por fim, a garantia do Super Zé, ele, Zé Dirceu, de que a campanha teria base monetária para que o ex-Lulinha paz e amor pudesse disputar com chances reais de vencer.
Farra
Entre 1999 e 2002, Super Zé arrecadou dinheiro de prefeituras que então estavam nas mãos do PT país afora. Em Santa Catarina não foi diferente. Á época, Zé Dirceu conseguiu recursos (tudo lícito, legal, claro) das prefeituras de Chapecó, Blumenau e Criciúma.
De rodo
Foi esse respaldo, dinheiro público de rodo que foi tirado dos munícipes que fez o fecho e garantiu a vitória de Lula em 2002 e a consequente reeleição em 2006. Esse é o PT, esse é o Brasil democrático.