Os candidatos ao governo do Estado enfrentam uma concorrência um tanto desleal em relação a Moisés da Silva a esta altura do jogo eleitoral.
O governador tem os cofres abarrotados, o que não falta é aquele tradicional assédio aos prefeitos. Aliás, circunstância que prevaleceu também para todos os seus antecessores. Sem exceções.
As investidas do chefe do Executivo vêm provocando verdadeiro frenesi em várias siglas. O PSD tem sido um dos alvos prediletos. No Oeste, Wilson Trevisan, prefeito da bela São Miguel do Oeste, bateu em retirada do partido para respaldar com tranquilidade a candidatura de Moisés da Silva.
O PSD, registre-se, atualmente tem apenas em Raimundo Colombo o nome capaz de integrar a majoritária. Quer encabeçando a chapa, quer disputando novamente o Senado.
Sem chance
Evidentemente que na condição de ex-governador por dois mandatos ele não iria, em hipótese alguma, negociar uma candidatura a vice.
Vinho novo
Nesta semana, foi a vez de Dorival Borga, também do PSD e prefeito de Videira. O alcaide foi recebido na Casa d’Agronômica por Moisés da Silva, na presença de Paulo Müller, prefeito de Bombinhas, marido da deputada Ana Paula da Silva, casal que está fechadíssimo com o governador.
Na canela
Essas movimentações do governador têm deixado o PSD muito incomodado. Sem falar na manifestação do próprio Antônio Ceron, prefeito de Lages, a terra natal de Colombo. Trata-se de uma cidade polo e de um prefeito muito próximo a Colombo, relação que remonta há décadas.
Reconhecimento
Ceron rasgou elogios ao governador. Disse que o eleitorado serrano vai ser grato, vai reconhecer todos os gestos do governo, por meio de obras e investimentos, na região.
Tripé
Foram três prefeitos do PSD anunciando apoio a Moisés. Mas isso não é só um petardo em Raimundo Colombo, mas também na direção do partido, que faz toda uma negociação para rifar o único nome de que dispõe, o próprio Colombo, e encaminhar apoio a Gean Loureiro, que aparece nas pesquisas com a metade das intenções de votos do ex-governador.
Mistério
Fica difícil entender como o PSD, tendo um nome forte para a disputa, se articula no sentido de apoiar o ex-prefeito da Capital, filiado a outro partido, o União Brasil. A novíssima sigla, nascida da fusão entre PSL e DEM, dispõe de generosos fundos partidário e eleitoral. Não conta, contudo, com a menor estrutura partidária em Santa Catarina.
Grupo
A articulação para levar parte do PSD para os braços de Gean Loureiro tem digitais de Julio Garcia, Eron Giordani (que sonha em ser candidato a vice) e do ex-governador Jorge Bornhausen, cujo filho, Paulo Bornhausen, é pré-candidato a deputado federal. Este seria o caminho para a tradicional família restabelecer um mandato eletivo, registre-se.
Tem pra todos
Moisés da Silva vem causando estragos semelhantes em outros partidos importantes, como o MDB, o PP e por aí vai. Como isso tudo vai refletir nas convenções homologatórias entre 20 de julho e 5 de agosto, janela na qual realmente haverá definições (até lá o distinto público terá que continuar convivendo com toda sorte de balões de ensaio), ainda é uma incógnita. É fato, no entanto, que todas as tradicionais siglas partidárias de Santa Catarina estão batendo-cabeça, divididas e acelerando ladeira abaixo.
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