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Moisés e a reeleição: risco de isolamento

Já registramos aqui que Moisés da Silva é um homem de bem, faz uma administração equilibrada. Pode-se, evidentemente, discordar aqui e ali de encaminhamentos como essa distribuição recente de fartos recursos sem planejamento. O famoso pix do Moisés tem cunho eleitoral e eleitoreiro.
O governador, no entanto, em linhas gerais moralizou a administração pública, dando uma enxugada, ainda que tímida, na paquidérmica, ineficiente e onerosa máquina pública, revendo e encerrando contratos cabulosos.
Com a pandemia, o chefe do executivo estadual viu seus cofres sendo abaratados, tudo combinado com a inflação alta que aumentou a arrecadação.
Do ponto de vista financeiro, Moisés soube aproveitar o momento.
No contexto político, contudo, ele ainda não aprendeu absolutamente nada.

Evitou ser engolido

Ressalte-se que ele fez muito bem ao vetar o projeto impositivo e personalista de Eron Giordani, que representava o anseio de velhas e conhecidas raposas políticas, uma manobra enviesada do seu ex-chefe da Casa Civil.

Ah, o MDB

Giordani queria que o governador assinasse ficha no MDB para ele ser o vice pelo PSD. Quando o MDB finalmente resolveu apontar um nome para seu vice, Antídio Lunelli, Moisés vetou e escancarou que está querendo ser mais realista do que o rei.

Método tradicional

Não nos referimos aqui ao fazer política na base do toma-lá-dá-cá. Tanto é que rejeitou Giordani porque também havia embutida uma conta monetária para a campanha.

Fora do tom

A última declaração do governador, dada à Rádio Som Maior na sexta-feira passada, é algo inacreditável. Gera estupefação.
Ele disse que quer ter o MDB e também o PSDB e o PP!

Migalhas do rei

O governador parece acreditar que oferecendo a suplência do Senado a estes partidos, bem como secretarias e projetos regionais que o governo pode atender financeiramente, ajeita todo mundo na sua canoa.

Conveniência

Agindo assim, ele já entrou na política velhaca. E fazendo barganha. Outro aspecto. PP e PSDB vão aceitar migalhas pra estar com ele? Suplência do Senado é migalha neste contexto. Os tucanos já deixaram claro que querem uma vaga na majoritária. Espaço que Moisés não tem para oferecer porque já acenou com a vice e o Senado para o MDB.

Suplência

Ah, mas se eventualmente o MDB não vier, ele oferece para o PSDB e fica tudo certo. É espantoso imaginar que os tucanos ficarão sentadinhos, de perninhas cruzadas, aguardando a convenção do MDB para saber se os emedebistas fecharão ou não com o governador para daí então decidirem seu rumo. Ou é ingenuidade ou é falta de um mínimo de sensibilidade política.

Suplência 2
Quanto ao PP, será que o partido vai aceitar suplência de Senado se tem pré-candidato ao governo? Parece óbvio que não.

Eleição e administração

Outra colocação absolutamente equivocada do governador no sentido de que os dois partidos, PP e PSDB, o apoiam na Alesc e devem estar, portanto, com ele na eleição.

Canais diferentes

Todo mundo sabe que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. O pacto pela governabilidade passa pelo respaldo das legendas no Poder Legislativo. Em troca de respostas às demandas dos parlamentares. É do jogo. Outra situação bem diferente são as alianças eleitorais.

Isolado?

Essa desastrosa desarticulação pré-eleitoral de Moisés pode deixar o governador sem parceiros consistentes para o pleito.

Base enfurecida

Ele corre o risco de perder o MDB em função do bizarro veto a Antídio, e sem o PSDB e o PP. Tucanos e progressistas vêm conversando e podem estar juntas na campanha eleitoral.

Canoa furada

Isso tudo coloca em sérios riscos a reeleição de Moisés da Silva. O MDB, faça o que fizer, está esfacelado. Não irá inteiro para o pleito, independentemente do seu futuro. Se for com Antídio Lunelli na cabeça, o partido vai rachado. Se os caciques formalizarem apoio ao governador na convenção homologatória, idem.

foto>arquivo, divulgação

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