Conforme este espaço adiantou com exclusividade no fim de maio, Moisés da Silva já decidiu que não permanecerá no PSL, partido pelo qual foi eleito na onda Bolsonaro em 2018.
Partindo desta informação, a reunião, esvaziada, do Fórum Parlamentar Catarinense com o governador, na segunda-feira, enseja uma leitura cristalina, noves fora o fato, vergonhoso, do registro de presença de apenas cinco dos 19 parlamentares federais por Santa Catarina.
A agenda ocorreu numa segunda-feira (quando nenhum deputado ou senador vai a Brasília) e depois de um feriado prolongado.
Do quinteto que compareceu, estavam os dois federais do Progressistas: Esperidião (senador) e Angela Amin (deputada). Carmen Zanotto (Cidadania), Ricardo Guidi (PSD) e Celso Maldaner (presidente estadual do MDB) também foram à Casa d’Agronômica.
Ovelha desgarrada
Outro deputado progressista, este estadual, marcou presença. Altair Silva (secretário de Agricultura) participou da conversa. O partido tem outros dois representantes na Alesc. Zé Milton Scheffer (líder do governo na Alesc) e João Amin não foram ao encontro. O herdeiro do clã Amin, aliás, é o único que não está alinhado ao Centro Administrativo, diferentemente do pai e da mãe.
Sinais
Evidentemente que esse comparecimento em massa dos eleitos pelo antigo PP à agenda do governador estimula avaliações de que o partido está só aguardando o sim de Moisés da Silva.
Para assinar ficha e disputar a reeleição pela legenda.
Pé atrás
Quem tem que colocar as barbas de molho é o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, nome lembrado pelo próprio Esperidião Amin como alternativa majoritária em 2022.
Tiro no escuro
Iria o prefeito renunciar à segunda maior prefeitura do Sul no escuro, sem garantias de que será o nome do partido? Nem mesmo para uma composição (vice ou Senado) há qualquer garantia na direção de Ponticelli. Será que ele vai abrir mão do mandato de prefeito para concorrer a deputado?
Convergência
Há outro componente neste tabuleiro progressista. Além dos deputados e do senador, os prefeitos do partido, exceção feita a Joares Ponticelli, naturalmente, apreciam sobremaneira a ideia de abrigar o governador em suas fileiras. O prefeito de Tubarão anda desconfiando da posição aparentemente dúbia de Esperidião Amin. Em público, o senador cita o nome de Ponticelli como alternativa majoritária do Progressistas. Mas sinaliza, como nesta segunda-feira, claramente seu alinhamento a Moisés da Silva. O Progressistas ainda é a segunda maior legenda catarinense.
PSD procura rumo
O PSD, terceiro maior partido do estado, também se fez presente na figura do deputado federal Ricardo Guidi. Darci de Matos não compareceu. Vale lembrar, contudo, que o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, é outro que está próximo de Moisés da Silva. O chefe da Casa Civil, Eron Giordani, é muito ligado ao chapecoense. O partido procura um rumo, um posicionamento mais claro para 2022. Hoje, parece sem eira nem beira, embora seja pilotado pelo deputado Milton Hóbus, que tem pretensões majoritárias, assim como Raimundo Colombo e Napoleão Bernardes. Também por isso, seria de bom alvitre João Rodrigues reavaliar se realmente ele está pensando em candidatar-se no ano que vem.
Reconstrução
Depois de tudo o que passou, ele precisa reconstruir sua trajetória, o que passa, necessariamente, por concluir o mandato de prefeito. Se renunciar, muito provavelmente nem para composição seu nome será atraente.
A reboque
Ou seja, o PSD vai ficando a reboque do governo Moisés da Silva, o que não interessa ao trio Hóbus, Colombo e Bernardes.