Engana-se redondamente quem acredita que está batido o martelo em torno da filiação de Moisés da Silva ao MDB.
Ato que aconteceria no começo de 2022 ou ainda no final deste ano, conforme expectativas de bastidores.
O governador está sem sigla desde que desembarcou do PSL, legenda pela qual foi catapultado diretamente do anonimato para o principal cargo do estado em 2018.
No MDB, lembram eminências pardas do Manda Brasa, as coisas não são bem assim. Há muito tempo que a sigla deixou de ser apenas um partido. Tornou-se uma frente, com as mais variadas formações políticas e ideológicas.
O embate, a disputa, o confronto são naturais e muito comuns nas hostes emedebistas.
Recordar é viver
Vamos ficar num único exemplo. Lá em 2010, depois de eleger-se duas vezes governador, Luiz Henrique da Silveira era o candidato natural ao Senado. Mas no MDB o processo não se desenrola no módulo piloto automático. Outro ex-governador, Paulo Afonso Vieira, foi para convenção disputar a indicação à Câmara Alta naquele ano.
Parcela
LHS levou a melhor e chegou ao Senado. Paulo Afonso, no entanto, fez sua parcela de votos entre os emedebistas habilitados a se posicionarem na convenção homologatória.
Trocando em miúdos: no MDB, diferentemente da maioria das agremiações, não tem acordão de cúpula antecipadamente.
Tripé
O MDB hoje tem três pré-candidatos ao governo. A menos que os três (Celso Maldaner, Dário Berger e Antídio Lunelli) abram mão da pretensão, não há a menor possibilidade de garantir que Moisés, uma vez filiado ao partido, chegaria na convenção do MDB para ser ungido candidato à reeleição.
Garantia zero
Mesmo que o trio abra mão, não dá para assegurar que na undécima hora alguma outra liderança apresente seu nome para bater chapa internamente pela indicação à candidatura majoritária em 2022.
Reação
Outro ponto: sabe-se lá como a base emedebista e suas centenas de mandatários em Santa Catarina vão reagir a uma hipotética chegada de Moisés da Silva ao partido.
Tratamento vip
Evidentemente que a bancada estadual, o segmento mais forte do MDB catarinense hoje, está satisfeita com os espaços e o tratamento dispensado pelo Centro Administrativo.
Assim como muitos prefeitos, que têm acesso à máquina e aos recursos estaduais para seus municípios.
Realidades distintas
Isso é uma coisa. Outra é a realidade político-eleitoral. O MDB vai, sem dúvida, contratar pesquisas qualitativas e quantitativas para ter um norte mais claro sobre o nome do partido para 2022.
Regra: não há regra
Não existe uma regra, por exemplo, que imponha a candidatura de Moisés mesmo que pesquisas o apontem com mais intenção de votos do que os outros três postulantes do partido.
Avaliando
Moisés deve estar raciocinando neste sentido. Na linha de que o caminho pode ser a filiação a um pequeno partido, onde não haveria a menor chance de ele não ser candidato para, ali na frente, dependendo do cenário, compor com o MDB.
Acefalia emedebista
Ninguém no partido ainda admite abertamente, mas é uma possibilidade. O MDB abriria mão da cabeça de chapa, indicando o candidato ao Senado e o vice, com o governador na cabeça buscando a reeleição. Mas filiado a uma sigla de menor expressão. E, na eventualidade da reeleição, no futuro poderia eventualmente se filiar ao MDB.