Coluna do dia

Moisés, o articulador

O governador de Santa Catarina não tem poupado esforços para se viabilizar como articulador político e construir seu próprio grupo dentro do PSL. Acelerou nesta direção depois do rompimento com o projeto de Jair Bolsonaro. O presidente lançou um novo partido, o Aliança Pelo Brasil, mas Moisés da Silva resolveu ficar no PSL. Movimento claro de quem quer independência em relação ao grande indutor da onda eleitoral de 2018, responsável, inclusive, pela chegada do militar aposentado ao poder estadual.

Na outra ponta, mesmo que a nova sigla não seja viável para o pleito de 2020, as lideranças catarinenses pró-Bolsonaro não estarão com Moisés, apesar de algumas se verem forçadas a permanecer no PSL.

Então não existe essa história de que está tudo bem, indicando que o presidente e o governador continuariam alinhados. Conversa mole.

Agora, como serão as relações administrativas entre Santa Catarina e a União? Não se sabe. Dificilmente o presidente da República promoverá um boicote ao estado mais bolsonarista do Brasil, apesar da celeuma política.

 

 

 

 

Bancada fatura

Assim como também soa quase impossível que o atendimento presidencial seja diretamente via Centro Administrativo. As ações e recursos para o estado devem acontecer no âmbito da bancada federal catarinense que, aliás, tem votado em massa com o Palácio do Planalto.

 

 

 

 

A grande incógnita

O quadro é desafiador para Moisés da Silva. A tacada para se descolar do presidente, ficar no PSL e construir um partido à sua feição pode dar certo. Mas é arriscada sob o viés das perspectivas eleitorais de 2022, que passam necessariamente pelo pleito municipal do ano que vem. E o desempenho dos candidatos a serem apadrinhados pelo governador no ano que vem, se descolados de Bolsonaro, é uma grande incógnita. Ou seja, é enorme o desafio do ponto de vista partidário e eleitoral.

 

 

 

Viés judicial

A movimentação de Moisés da Silva ganhará mais força se o cenário estadual for varrido pelas investigações de combate à corrupção. Há indícios de nomes que podem ficar pelo caminho, mas tudo ainda é muito incipiente. Se Moisés não tiver adversários e os principais partidos ficarem sem grandes lideranças estaduais, suas chances de reeleição crescerão exponencialmente.

 

Sacada

Senador Esperidião Amin tem dito que Moisés da Silva não foi eleito, foi votado em 2018. Também argumenta que chega a agredir a inteligência dos catarinenses o fato de o governador não reconhecer que sua viabilidade eleitoral decorreu pela força da onda Bolsonaro.

 

 

 

 

Oi, Lula

Ontem a Lava Jato foi outra vez às ruas. E novamente os nomes de Lula da Silva e Zé Dirceu voltaram à baila das investigações sobre corrupção. Finalmente, o esquema ligada à Oi veio à tona, envolvendo, ainda, o neomilionário Lulinha, um dos filhos do ex-metalúrgico que saiu de monitor de zoológico para operador de negócios milionários como que num passe de mágica. Em que pesem os hercúleos esforços para soterrar o combate à corrupção neste país, a Lava Jato resiste, cambaleando e respaldada pela maioria dos trabalhadores e pagadores de impostos deste país.

 

 

 

 

Homem do campo

Enquanto os advogados, políticos e juízes amigos tentam de tudo para anular a condenação de Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, esta investigação que envolve corrupção grossa na Oi pode desaguar no sítio de Atibaia, alvo de um dos outros seis processos a que o petista responde.

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