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Moisés, sem espírito republicano, manda às favas o protocolo e o respeito à vice-governadora

O ano eleitoral começou com clima pesadíssimo entre o governador Moisés da Silva e a vice-governadora, Daniela Reinehr.

Na sexta-feira passada, a vice decidiu prestigiar o grande ato que marcou o começo do processo de desassoreamento e do enrocamento da Barra do Camacho, no Sul do Estado, obra aguardada há décadas pela comunidade local.
Daniela foi olimpicamente ignorada pelo governador, secretários de estado e os staffs. Além de não a citarem uma única vez, sequer a cumprimentaram (questão que vai além do protocolo, é de educação também).
O protocolo oficial do evento, registre-se, acabou citando a vice. Apenas uma vez. Para além de questões protocolares, existe um tal de espírito republicano, tão em baixa entre os políticos nestes dias nebulosos.

Perfis

Moisés e Daniela sempre tiveram muitas diferenças. Ela se manteve fiel à raiz bolsonarista e às bandeiras de campanha. Ele surfou a onda e depois se afastou do presidente e das promessas eleitorais. E eleitoreiras. Os dois romperam definitivamente durante os processos de impeachment, quando a vice assumiu, em duas oportunidades, o governo interinamente.

Jogo do poder

Ela queria permanecer e ele queria voltar. É do jogo. Romper também é. Mas constranger publicamente uma autoridade eleita democraticamente já se encontra em outra esfera. Nada recomendável. Lamentável, na verdade, a postura, ou a falta de postura, de Moisés da Silva. O Estado e sua população estão bem acima das disputas políticas.

Casa de ferreiro

Aliás, importante registrar que em seu discurso, o governador lembrou que parte da criação de suas filhas foi nesta região do estado. Curiosamente, mesmo depois de anos no poder, ele não havia tomado qualquer iniciativa para liberar a Barra do Camacho.

Espeto de pau

Foi justamente Daniela Reinehr quem fez o encaminhamento enquanto esteve interinamente no comando do Estado.
Em seu retorno, Moisés engavetou os despachos da vice e encaminhou a propalada solução. Seria cômico se não fosse quase patético.

Pesca
Aproximadamente 1,5 mil famílias de pescadores dependem da liberação do canal para continuarem suas atividades e sobreviverem.

Investimento

O governo anunciou que está investindo R$ 10 milhões de reais nesta obra no Sul do Estado. Trata-se do desassoreamento (dragagem do canal) e o enrocamento (colocação de barreiras de pedra nas margens da barra – os populares molhes). A obra, segundo o governo, permitirá a renovação das águas da lagoa e, consequentemente, a manutenção da atividade pesqueira da região.

Rizicultura

O desassoreamento do canal também significa boas condições para o plantio do arroz em uma grande área, além de ser uma questão de Defesa Civil, uma vez que o canal serve como meio para escoamento das águas, evitando a ocorrência de enchentes.

Berger socialista

Senador Dário Berger, um esquerdista convicto (!), está com os dois pés no PSB. Como o MDB não lhe deu confiança em relação a 2022, ele vai se mudar para o partido socialista, que será sua oitava sigla. O senador sonha em liderar uma frente canhota em Santa Catarina, apoiando o ex-presidiário Lula da Silva.

Composição

E quem está se aproximando de Berger é o ex-deputado Gelson Merisio. Que também não tem espaço no PSDB. O prefeito Clésio Salvaro e a deputada Geovania de Sá praticamente estão convidando Merisio a desembarcar. Ele pode assumir um pequeno partido e compor com Dário Berger para o Senado, por exemplo.

foto>Defesa Civil, divulgação

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