Depois da série de entrevistas, informações, especulações e contrainformações que culminaram no acordo que divide o mandato de presidente estadual do PP entre Esperidião Amin e Silvio Dreveck nos próximos dois anos, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB-foto) reagiu. Também se valeu do expediente de conceder entrevista. Calculadamente, na terra do hoje grande desafeto, Gelson Merisio.
Em entrevista ao jornalista Marcelo Lula, de Chapecó, o peemedebista ameaçou abertamente fazer revelações bombásticas sobre a “interferência” do PSD na convenção pepista.
“Foi coisa muita pesada (o que aconteceu nos bastidores), que denigre mais uma vez a classe política. Infelizmente, eles usam essas práticas aqui em Santa Catarina. Brevemente, nós mostraremos o que aconteceu para esse apoio e essa intromissão do PSD junto ao PP nessa convenção (de segunda-feira, 21).” Expectativa generalizada no meio político!
Pinho Moreira também aproveitou para descer a borduna no PP. Para ele, o partido é “oportunista” por fazer parte do governo Colombo sem que tenha integrado a aliança vencedora do pleito majortiário em 2014.
“Nós não estamos no governo. Nós somos governo, ganhamos as eleições. Em 2006, nós votamos no Raimundo Colombo para senador. Em 2010 e 2014, o PMDB foi maciçamente aliado ao Raimundo e tivemos o maior número de votos que contribuíram para a vitória dele. O PMDB fez o maior número de votos para deputado estadual e para deputado federal. Não estamos de favor. Quem está de favor é o PP, Partido Progressista. Este sim, de forma oportunista, participa (do governo).”
SEM COBRANÇA
O vice-governador também declarou que não vai cobrar o apoio de Raimundo Colombo ao PMDB em 2018. Mas alfinetou: “Não vamos interferir no processo de condução do partido deles. O nosso foco é o PSDB. Nós torcemos para que o PSD e o PP estejam juntos. Desde que nós estejamos com o PSDB, não teremos nenhum problema de enfrentá-los (PSD e PP). A palavra final é do governador, do Raimundo Colombo. Ele é o grande líder do PSD, não é o Merisio.”
EXPECTATIVA
Embora tenha deixado claro que não fará qualquer cobrança ao governador acerca de alianças no ano que vem, Eduardo Moreira revelou que há, sim, expectativas nesta direção. A Marcelo Lula, ele disse o seguinte: “Por que razão votaríamos no Raimundo Colombo uma vez para senador e duas vezes para governador se não esperássemos a recíproca? Mas ele não é obrigado, não (a apoiar o PMDB). Ele pode ir com o PP se quiser, a decisão é dele.”