Embora Mauro Mariani tenha demonstrado musculatura interna e viabilizado a consulta prévia em reunião da Executiva estadual nesta segunda-feira,22, o vice-governador Eduardo Pinho Moreira e o senador Dário Berger foram contra a realização da eleição interna marcada para 17 de março.
O raciocínio é cristalino: não aprovam a ideia porque os dois são pré-candidatos ao governo. O mesmo também vale para o prefeito de Joinville, Udo Döhler, que não participou da reunião desta segunda, mas já declarou que não vai para a disputa e não concorda com esta modalidade.
O vice-governador vê as prévias como empecilho. Ele deve ser efetivado governador em abril. Marcadas para março, as prévias só atrapalham sua caminhada para viabilizar a candidatura depois que estiver com a caneta na mão. Ele quer buscar a indicação já como governador-tampão.
Mesmo raciocínio vale para Dário Berger. Se disputar e perder em março, ele fica enfraquecido para tentar se impor como candidato na convenção do MDB. Moreira e Berger (que participaram da reunião desta segunda) podem se fortalecer se Mauro Mariani não crescer nas pesquisas até a data fatal da convenção.
Já Udo Döhler quer ser ungido candidato e não quer prévias porque não tem votos dentro do MDB. Na verdade, essa postura dele não faz sentido. O alcaide tem é que agradecer ao presidente do partido. Participando da prévia, ele não teria que renunciar no escuro, correndo o risco de ficar sem a prefeitura e sem a indicação para disputar o governo do Estado pelo Manda Brasa. Se inscrevendo para o pleito interno, depois ele não pode reclamar que não renunciou por falta de garantias de que seu nome seria o da cabeça de chapa em outubro. E esse negócio de ser aclamado a partir de Joinville, cá entre nós, não existe.
NATIMORTAS
Apesar de ter sido aprovada e com datas já definidas, as prévias no MDB-SC têm tudo para não ocorrer. Isso porque Mauro Mariani deve ser o único inscrito. Moreira e Berger não vão entrar no páreo em função dos argumentos expostos acima. O comandante do Manda Brasa poderia até provocar alguém para se inscrever e lhe assegurar a escolha antecipada. Mas ele mesmo sabe que, o que vai valer, de fato, é o que for decidido na convenção do partido, que tem prazo até 5 de agosto para acontecer.
Mariani também sabe que, na undécima hora, apesar de estarem declarando apoio a ele, tanto o vice-governador como o senador podem disputar contra ele na convenção.