Morreu, na manhã desta quinta-feira, o ex-ministro Mário César Flores. Natural de Itajaí, foi almirante de esquadra, ministro da Marinha no governo de Fernando Collor de Mello, de 15 de março de 1990 a 8 de outubro de 1992. Após a renúncia de Collor, em outubro de 1992, Flores deixou a pasta, mas foi o único integrante da equipe do primeiro escalão do presidente afastado convidado a permanecer no novo governo, assumindo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).
O falecido era pai do ex-secretário de estado do Planejamento, Murilo Flores, que mora em Florianópolis.
Mário César Flores foi um dos maiores estrategistas militares (carreira que amava, grifo do filho Murilo). Era, também, um grande intelectual. Já na UTI, teve seu último artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, no dia 20 de julho. Foram suas últimas palavras públicas.
HISTÓRIA EM LIVRO
Murilo Flores vai escrever um livro com revelações deixadas pelo pai. Destaque para o papel que ele exerceu durante o processo de Impeachment do ex-presidente Fernando Collor. O falecido almirante desempenhou papel fundamental para assegurar a transição do presidente que acabou renunciando para o que assumiu, Itamar Franco, eleito vice-presidente.
Mário Flores foi um dos protagonistas no sentido de pavimentar a posse de Itamar dentro dos parâmetros constitucionais, sobretudo junto aos militares. Certamente, pela delicadeza daquele momento, foi a maior contribuição do itajaiense à democracia brasileira.
O almirante era muito ligado à família Bornhausen, com destaque para os irmãos Jorge, Paulo e Roberto. “Eu perdi meu querido pai, mas o país perdeu um grande brasileiro,” lamenta Murilo Flores.
HONRAS MILITARES
O Primeiro Distrito Naval da Marinha promoverá uma cerimônia militar em honra à memória de Mário César Flores, que foi Almirante de Esquadra e ex-ministro. O sepultamento será no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, onde também haverá honras militares.