O PGJ, Fernando da Silva Comin, se reuniu com o grupo econômico do Estado na tarde desta quinta-feira (4/3).
O Procurador-Geral de Justiça, Fernando da Silva Comin, pediu apoio e envolvimento dos empresários, ao falar das vidas que estamos perdendo a cada dia para a covid-19 em Santa Catarina, durante reunião com o grupo econômico do Estado. O encontro, por videoconferência, ocorreu na tarde desta quinta-feira (4/3).
“Na semana passada tínhamos 30 pessoas aguardando uma vaga em leito de UTI. Desde então esse número só fez crescer. Hoje temos 280 pacientes esperando por um vaga em UTI. A prova de que o nosso sistema entrou em colapso foi a transferência de 16 pacientes para o Espírito Santo numa tentativa de salvar a vida desses catarinenses”, salientou Comin.
O Chefe do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) afirmou que quando alcançamos um cenário como este, o problema passa a ser não só dos pacientes de covid. “Passa a ser de todos nós que amanhã ou depois podemos sofrer um infarto, um acidente na rua ou um AVC e não teremos vagas disponíveis para atendimento em unidade de terapia intensiva.”
Comin disse, ainda, que o Ministério Público não tem a pretensão de ditar ou impor a solução mais adequada, até porque não temos soluções prontas. Mas, afirmou, se a situação continuar neste ritmo invariavelmente vamos ter que judicializar a questão.
Transformar leitos clínicos da rede privada em UTI
O PGJ também pediu apoio de todos os representantes do setor produtivo presentes na reunião – Fiesc, FAcisc, Fecomércio, Fampesc, FCDL, Faesc, Fetrancesc e Ocesc – para auxiliar o Estado a ampliar a capacidade de atendimento em saúde. Para isso, Comin propôs que empresários e industriais do Estado auxiliem na transformação dos leitos clínicos da rede privada em UTI para pacientes com covid-19.
“Na rede privada há hoje 230 leitos de UTI. Podemos duplicar essa quantidade se a rede privada transformar em leitos clínicos em leitos de UTI. No início da pandemia os empresários e os industriais apresentaram soluções importantes, como a aquisição de respiradores”, reforçou.
Comin ressaltou os esforços de todos do setor produtivo no cumprimento das normas. Mas, frisou, que a situação alcançou este nível graças a irresponsabilidade de muitos durante o carnaval, baladas e festas clandestinas. “Temos que ter solidariedade e humanidade para buscar uma solução que contemple as preocupações do setor produtivo, que são justas, mas que reduza o tormento dessas pessoas que estão na fila por uma vaga de UTI, que possamos salvar vidas.”
Monitoramento
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e demais órgãos de controle e fiscalização estão monitorando o número de casos e a demanda por leitos de UTI para verificar se o modelo de redução da transmissão da covid-19 adotado pelo governo do estado neste momento é efetivamente suficiente.
Embasados em entendimento de médicos e epidemiologistas da própria Secretaria da Saúde, o Ministério Público e os órgãos de controle recomendaram na semana passada ao Estado a suspensão de todas as atividades não essenciais por pelo menos 14 dias. O Executivo estadual, responsável pela política pública de enfrentamento da doença, garante que o modelo atual em vigor é eficiente.