Nesta segunda-feira, se completaram três semanas do anuncio da primeira leva de nomes do governo Jorginho Mello, a ser iniciado em 1ᵒ de janeiro. Foram 11 titulares divulgados.
De lá pra cá, muitas conversas, análises, negociações. Neste período, chegou a vigorar a tese de que o governador, que foi diplomado ontem junto com a vice; o senador e os deputados eleitos, estaria vislumbrando alguma conjugação dessas definições para o secretariado com as eleições da nova mesa diretora da Assembleia e a investidura dos parlamentares da próxima legislatura na Alesc.
Parece, no entanto, que não é bem essa a estratégia de Jorginho Mello. Na diplomação ontem, se contarmos os 2 suplentes de senador, os 16 deputados federais, a vice, o senador, os 40 estaduais e mais o governador, tem-se um universo de 61 pessoas diplomadas.
Algumas dessas autoridades estão avaliando o quadro político estadual, sobretudo a sucessão no comando da Assembleia, como uma articulação no mínimo imprudente. E personificada na figura do deputado Ivan Naatz, escudeiro de Jorginho.
Caminho mais difícil
Na terça-feira passada, o governador eleito foi para uma rodada com os 11 deputados estaduais do PL que assumirão a partir de fevereiro e pediu à bancada que ninguém se apresentasse como candidato a presidente. O apoio do grupo deveria ser canalizado para Zé Milton Scheffer, do PP.
Tibieza
Posicionamento mal encaminhado, considerando-se que o ex-presidente da Casa, Mauro de Nadal, está no páreo. O MDB, partido de Nadal, terá seis parlamentares em 2023. O PP de Zé Milton, a metade, três deputados. O MDB ainda terá três deputados federais contra nenhum do PP nos quatro anos vindouros.
Fazendo contas
A partir do momento em que o governador fechou com o progressista, imaginou-se o óbvio: que já haveria pelo menos 21 deputados fechados neste encaminhamento. É o número mínimo necessário para a conquista da presidência do Legislativo estadual.
Alto lá
A realidade é outra. Mauro de Nadal teria, a partir dos três blocos anunciados na Alesc, semana passada, 21 deputados. Além de estar contando com pelo menos dois dos três votos do Podemos (Lucas Neves e Paulinha da Silva) e do apoio do Novo, na figura do deputado Matheus Cadorin.
Faltam seis
PP e PL somam 14. Sérgio Motta, do Republicanos, teria fechado com o nome governista. Seriam 15 votos.
Por baixo da ponte
Evidentemente em que se tratando de uma eleição na Assembleia Legislativa, a ser levada a cabo somente no começo de fevereiro, muita coisa pode acontecer.
Poder do cargo
Outro aspecto relevante. Jorginho tem a caneta na mão e esse fator pesa, podendo ser decisivo neste contexto. Deputados que sinalizaram apoio a um lado podem mudar de posição até o dia da eleição? Evidentemente. Não seria nenhuma novidade, aliás, se isso acontecesse.
Custoso
As conversas e articulações seguem. Uma certeza, no entanto, já existe: as costuras pelo lado governista não começaram bem e podem tornar mais difíceis o convencimento de deputados a votarem no candidato oficial. A conferir os desdobramentos.