Ex-secretário de Estado da Saúde, o deputado Vicente Caropreso (PSDB) está inconformado com as declarações públicas do governador Eduardo Moreira a respeito da derrota governista na votação da admissibilidade da MP 220, que mudava o ICMS em Santa Catarina. O chefe do Executivo “detonou” o Legislativo, que tem autonomia e prerrogativa constitucional de aceitar ou de negar propostas vindas de outros poderes.
Entre outras coisas, Pinho Moreira disse que a Alesc votou contra o povo catarinense, contra o desenvolvimento e a geração de empregos. Segundo ele, os deputados politizam tudo de olhos nas eleições.
A reação do parlamentar tucano é veemente. E reflete a indignação de outros deputados. “Eu não fui procurado por ninguém do governo pra fazer uma ponderação sobre a importância da MP. Nem por nenhum secretário, nem pelo governador e nem pelo líder do governo na Assembleia, Valdir Cobalchini. Pelo que eu sei, eles não procuraram bancada nenhuma. Então que negócio é esse? O governo queria aprovar uma medida que mexe com vários setores da economia e não se articulou com ninguém pra ter votos? É muito estranho,” crava Caropreso, salientando que nem o próprio líder governista pediu votos para os outros parlamentares tucanos. Leonel Pavan e Serafim Venzon votaram contra como Caropreso. Somente Marcos Vieira ficou ao lado do MDB e do Centro Administrativo.
“O único que me procurou foi o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt,” acrescenta o deputado. Os dois são de Jaraguá do Sul. A federação do comércio foi contra a MP desde o início.
“E outra. Nem o próprio Merisio, que liderou a derrubada da MP, me procurou para pedir votos. Foi um encaminhamento ao natural,” contextualiza Vicente Caropreso.
Resumo da ópera: o governo sabia que tinha minoria, não articulou absolutamente nada e agora faz várias acusações à Alesc. Literalmente, Pinho Moreira chutou o balde em relação ao Legislativo. Será uma postura inteligente e adequada ao governador do Estado? O tempo dirá.