A Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) empossou na manhã deste sábado (10/3), em solenidade realizada no auditório Solon d’Eça Neves, em Florianópolis, com a presença de diversas autoridades e familiares, a nova diretoria e conselhos (Deliberativo e Fiscal) da entidade. Assume o comando da instituição que representa os magistrados catarinenses a juíza Jussara Schittler dos Santos Wandscheer, juntamente com o juiz Vitoraldo Bridi (1º vice-presidente) e o desembargador aposentado Alcides dos Santos Aguiar (2º vice-presidente).
Em seu discurso de despedida da presidência da AMC, o desembargador Odson Cardoso Filho agradeceu o apoio dos colegas e desejou sucesso à nova gestão. Ele destacou ainda os grandes desafios da classe, sobretudo na preservação dos direitos e garantias da magistratura. “A independência funcional é a nossa base de sustentação. Ao decidir, nós magistrados devemos lealdade a nossa própria consciência, que carrega preciosos valores amealhados na família, na formação e na experiência. Isso enquanto buscamos a verdade real e fazemos aplicar o direito vivo ao caso concreto. A AMC estará em boas mãos com nova diretoria, que saberá conduzi-la com sucesso, mantendo firme o propósito de fortalecer a magistratura, para promover a justiça, garantir a democracia e construir uma sociedade melhor”, frisou.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Jayme Martins de Oliveira Neto, também fez uso da palavra durante a solenidade e colocou a entidade que preside à disposição dos associados catarinenses. “Faremos tudo que estiver ao nosso alcance, da nossa capacidade. Estaremos sempre juntos para trabalhar em favor da magistratura, que tem sido tão atacada, tão vilipendiada”, sublinhou.
Ao final, a nova presidente da AMC reafirmou o seu compromisso e de toda a sua diretoria, no sentido de trabalhar pela valorização da classe, especialmente na defesa do exercício pleno e constitucional da magistratura. A magistrada também chamou atenção para o momento vivido pelo país, com sérias crises, não só econômica, como também relacionadas às instituições.
Citou a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, o avanço do crime organizado, o quadro caótico do sistema prisional, o excesso de demandas em tramitação na Justiça, em especial no Supremo Tribunal Federal (STF). “É neste ambiente, por vezes caótico, que o trabalho da magistratura precisa ser reconhecido e valorizado. Não só pela manifestação de Poder de Estado que é, que muitas vezes é confundido equivocadamente como abuso ou privilégios, mas porque não é possível fortalecer a democracia sem um Poder Judiciário independente, forte, responsável e célere. E, para tanto, os juízes precisam ser igualmente independentes, responsáveis, comprometidos e éticos. Não há boa Justiça sem bons juízes. É do nosso trabalho, colegas, e não de nós propriamente, que está também a depender a manutenção e o aperfeiçoamento das instituições democráticas, das quais a magistratura é um dos pilares. E esse deve ser o mote da nossa luta associativa: mais que do que nós, a valorização do nosso trabalho e o que ele representa para o País”, ressaltou.
Fotos: Crédito – Oliveira Mussi Fotografia