No contexto atual da política catarinense, que se transformou numa salada mista jamais vista, com todo mundo no mesmo governo e todos, ao mesmo tempo, articulando para fortalecer seus projetos – pessoais e de grupo – para 2022, o quadro no PSD é sui generis.
O deputado Julio Garcia voltou a articular com toda a força, algo que ele faz com maestria.
Tendo o pupilo Eron Giordani pilotando a Casa Civil de Moisés da Silva, Garcia segue próximo ao governador e se fortalece no tabuleiro estadual.
Não por acaso, ele estimula o nome do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, para a disputa majoritária de 2022. O oestino poderia ser o vice ideal do próprio Moisés ou em outra composição.
Não só por estar no terceiro mandato de prefeito, mas também por ser do Oeste. E não apenas pela questão geográfica, mas também porque o maior desafeto de Julio Garcia, Gelson Merisio, é da mesma região.
Posicionando João Rodrigues no jogo, Julio Garcia indiretamente tenta enfraquecer o ex-amigo Merisio em sua própria base.
Sim, foi o próprio Julio Garcia quem trouxe Napoleão Bernardes, jovem estrela da política estadual, para as fileiras pessedistas. Mas o deputado é muito mais ligado ao prefeito de Chapecó. Que ainda conta com este componente de ser um contraponto a Merisio no Oeste.
Para Napoleão Bernardes o PSD oferecerá a possibilidade de ser candidato a deputado federal pela região de Blumenau. E só. O mesmo vale para o ex-governador Raimundo Colombo. Se ficar no partido, ele terá espaço, pelo andar da carruagem, para concorrer à Câmara na região serrana.
foto>arquivo,divulgação
Na foto, Raimundo Colombo e Napoleão Bernardes conversam com o deputado Milton Hobus (C), que acabara de ser eleito presidente estadual do PSD. O blumenauense ainda não estava filiado ao partido, movimento do qual já deve ter se arrependido em função do cenário descrito acima.