Nesta sexta-feira, dia 19, às 10 horas, a Federação das Indústrias (FIESC) abre oficialmente a exposição: 125 anos: o legado de Celso Ramos, uma homenagem da entidade ao industrial que liderou sua fundação, em 1950. Às 10h30, a Federação realiza a cerimônia, exclusiva para convidados, de entrega da Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina para os empresários Ademir Luiz Dalla Lana, Gilberto Tomazoni, Maitê Lang, Milton Hobus, Valdir Moretto, além de Carlos Rodolfo Schneider, que receberá a Ordem do Mérito Industrial da CNI, a comenda máxima da indústria nacional. Os eventos serão na sede da entidade, em Florianópolis, e marcam a abertura da Semana da Indústria no estado.
🔹 A cerimônia de entrega da Ordem do Mérito será transmitida pelo canal do YouTube
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A Ordem do Mérito Industrial de SC foi instituída pela FIESC no ano de 2000 para reconhecer personalidades e instituições que atuam na promoção do desenvolvimento da indústria catarinense. São concedidas no máximo cinco distinções por ano.
Nesta sexta, a partir das 10h30, também será entregue o Mérito Sindical. A homenagem é conferida aos sindicatos que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiados à FIESC por um longo período.
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Perfil dos industriais homenageados
Ademir Luiz Dalla Lana (Grupo Medal, de Luzerna): natural de Herval D’Oeste e filho de agricultores, Ademir é sócio-fundador do Grupo Medal, de Luzerna, formado por três empresas: Medal Bombas Hidráulicas, Medal Fundição e Forty Peças. A Medal começou em 1979 no porão de casa, em Joaçaba, com os irmãos Ademir, Altair e Itacir (in memoriam). Ademir trabalhava no almoxarifado da Triton Máquinas, empresa na qual os irmãos eram metalúrgicos. Depois, Ademir passou no concurso público e foi trabalhar no Banco do Brasil. À noite e aos finais de semana, os irmãos faziam consertos em equipamentos e fabricavam cilindros de massas e eixos para recalcadores. Com o tempo, as demandas foram aumentando, as vendas cresceram e a empresa expandiu-se. Então, Ademir, formado em administração de empresas, deixou o seu trabalho no banco e passou a atuar exclusivamente na empresa da família. Hoje, o grupo emprega 280 profissionais e tem filiais em São Paulo, Recife, Goiânia e Curitiba, além de uma subsidiária nos Estados Unidos. Também tem destacada atuação na comunidade, com apoio a projetos educacionais e sociais.
Carlos Rodolfo Schneider (Grupo H.Carlos Schneider, de Joinville): Natural de Joinville, Carlos Rodolfo Schneider é bacharel e mestre pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Há mais de 20 anos está à frente do grupo empresarial H. Carlos Schneider, formado pelas empresas Ciser (a maior fabricante de fixadores da América Latina), a Ciser Automotive; a FCF (especializada em fixadores para aplicações especiais), a RBE (gestão e comercialização de energia); Hacasa (empreendimentos imobiliários) e a Intercargo (soluções logísticas). O Grupo tem longa história de incentivo a projetos sociais em áreas como cultura, esporte, educação, saúde e proteção animal. Por meio do Instituto ITHIO, o braço social da Ciser, foram investidos mais de R$ 3 milhões apenas em 2021. Além de sua atuação na iniciativa privada, Carlos Rodolfo também foi diretor-presidente da Celesc e do conselho de administração da estatal, presidiu a Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), além de lançar o Movimento Brasil Eficiente (MBE), com foco na eficiência da gestão pública e na simplificação do sistema tributário.
Gilberto Tomazoni (JBS): Natural de Ipumirim, Gilberto é engenheiro mecânico formado pela UFSC, com pós-graduação em gestão e vasta experiência na indústria global de alimentos. Profissionalmente, iniciou sua carreira na Sadia, em Concórdia, em 1983. Começou como engenheiro trainee e foi diretor-presidente de 2005 a 2009. Por três anos, ocupou o cargo de vice-presidente da Bunge Alimentos e, em 2013, ingressou na JBS S.A. como presidente global de negócios. Liderou, como CEO, a transformação da Seara Alimentos, comprada pela JBS em 2013. Já em 2015, assumiu a presidência global de operações, além das operações no Brasil, e passou a contribuir com o desenvolvimento dos negócios da empresa no exterior: Estados Unidos, Europa, México, Austrália, Canadá, entre vários outros mercados. Desde 2018, é o CEO e presidente global da JBS S.A, preside o conselho de administração da empresa americana Pilgrim´s Pride Corporation e da Excelsior Alimentos S.A. A JBS é a maior empresa de alimentos do mundo e registrou um faturamento global de mais de R$ 300 bilhões em 2022.
Maitê Lang (Nugali Chocolates, de Pomerode): Natural de Pomerode, Maitê tem 48 anos e é formada em engenharia de produção pela UFSC, em 1997. Logo após a graduação, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou em empresas como Andersen Consulting, Volkswagen-Audi e Embraer. Nas muitas viagens internacionais a trabalho, Maitê recebia encomendas frequentes para trazer chocolates de países europeus, por exemplo. Isso a fez pensar se não haveria um nicho no Brasil para chocolates de alta qualidade. Inspirada pelo pai, o industrial Cid Lang, ela sonhava em um dia fundar a própria indústria. Então, em 2004, nasceu a Nugali Chocolates, em Pomerode. Com as economias e o conhecimento em grandes indústrias, ela iniciou a empresa com dois colaboradores – atualmente são quase 60. O marido, que conheceu em São Paulo, Ivan Blumenschein, logo se juntou à Maitê. Hoje, a companhia tornou-se a marca de chocolates brasileira mais premiada no mundo e transformou a fabricação do produto em atração turística em 2021: recebe cerca de 150 mil visitantes por ano na sua sede.
Milton Hobus (Royal Ciclo, de Rio do Sul): Nascido em Rio do Sul, Milton Hobus é industrial e político. Perdeu o pai aos cinco anos, trabalhou na roça e, com 13 anos, conseguiu o seu primeiro emprego, como faxineiro, numa indústria de caldeiras próxima à sua casa. Passou a ocupar funções como auxiliar de escritório, compras, vendas e foi diretor da companhia até 1984. Em 1985, ele e Horst Bremer compraram a Metalúrgica Ciclo, indústria de peças de bicicletas na qual o pai de Hobus trabalhou. Hoje, a empresa se chama Royal Ciclo e é a segunda maior fabricante mundial de pedais e a maior fabricante de peças e componentes para bicicletas da América Latina. Fornece componentes para montadoras como Caloi, Houston Bike e Nathor. Também é responsável por mais de 80% do mercado de reposição no Brasil e exporta para a América do Sul e México. Tem cerca de 200 colaboradores e fatura mais de R$ 150 milhões por ano. No campo político, Hobus foi prefeito de Rio do Sul, secretário de estado da Defesa Civil e deputado estadual por dois mandatos, cargo em que se destacou pela atuação na manutenção da política de incentivos fiscais em SC.
Valdir Moretto (UfoWay, de Criciúma): Natural de Siderópolis, Valdir morava na roça com a família, e, aos 17 anos, mudou-se para Criciúma e trabalhou por um ano numa concessionária de automóveis. Depois, atuou como mecânico na área de mineração, mas sempre sonhou em ter o seu próprio negócio. Em 1988, aos 34 anos, tornou-se sócio minoritário da empresa do seu cunhado e a parceria durou cinco anos. Então, Valdir começou a comprar e vender saldos de peças de roupas e também lançou a Golden Jeans, marca que era vendida na fronteira do Rio Grande do Sul e Uruguai, mas que, anos depois, com o fechamento da fronteira, os negócios foram encerrados. Diante dessa situação, a empresa precisou se reinventar e Valdir entrou no ramo private label, com a fundação da UfoWay, que fabrica produtos para grandes nomes da moda nacional e internacional. A companhia, que completou 30 anos em 2022, emprega mais de 900 profissionais e tem um parque fabril de 17 mil m², localizado em Criciúma. A empresa também se destaca nas áreas social e ambiental. No campo social, está à frente de um projeto na Penitenciária Sul Feminina, que capacita mulheres para o mercado de trabalho. Na área da sustentabilidade, a UfoWay instalou um sistema com capacidade para tratar todo o efluente gerado.