A Nestlé Purina e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) anunciaram nesta quinta-feira, 30, a assinatura de um termo de cooperação para a capacitação de aproximadamente 150 pessoas em operação industrial. O objetivo é qualificar moradores da região oeste catarinense, onde será inaugurada a nova unidade industrial da Purina no município de Vargeão (SC) em 2024. Ao longo do ano, seis turmas serão formadas em parceria com o SENAI, cada uma com 25 vagas. As primeiras turmas tiveram início em janeiro – uma delas formada por moradores da região já contratados em processos seletivos de Nestlé Purina e a segunda aberta à comunidade. As próximas turmas terão início em julho. As capacitações seguem conceitos básicos industriais, envolvendo mecânica, pneumática, automação, produção e operação de máquinas.
“Unimos a experiência, a estrutura e todo o trabalho de capacitação que a FIESC já oferece no estado com o impacto positivo da qualificação e de todo o conhecimento que podemos oferecer à mão de obra local, preparando as pessoas não só para trabalhar na nova fábrica da Purina, mas também em toda a indústria da região. Também queremos dar oportunidade para todas as pessoas e obter, com isso, um grupo diverso atuando no mercado“, conta Gustavo Bastos, Vice-presidente Jurídico e de Assuntos Públicos da Nestlé Brasil.
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destaca que a educação profissional está no DNA da Federação. “A qualificação de profissionais para a indústria é uma das principais missões da FIESC. Os cursos são customizados pelo SENAI para formar talentos mais alinhados às demandas da indústria, principalmente no quesito tecnológico, pois o conceito 4.0 que se aplica às fábricas também está presente nas formações oferecidas por nossas entidades”, frisa. “Nossa indústria é moderna, inovadora e surpreendente. É um setor que transforma a vida de mais de 800 mil catarinenses”, acrescenta Aguiar.
Trajetória de aprendizagem
A jornada que começa com os cursos profissionalizantes do Senai, com duração de dois meses, tem o objetivo de nivelar os conceitos técnicos básicos da indústria. Ao final desse ciclo, os participantes passam por uma imersão de um mês sobre a cultura Nestlé, conhecendo os valores da companhia e temas como segurança, qualidade, boas práticas de fabricação e competências comportamentais. Na sequência, há o treinamento presencial nas fábricas de Nestlé Purina, na etapa de qualificação na linha de produção.
A nova planta industrial de Purina em Vargeão terá em sua primeira fase a linha de wet, com produtos úmidos, com tecnologia única e patenteada por Purina, já existente no Brasil na unidade de Ribeirão Preto (SP), que atualmente detém a produção da marca no país. Aproximadamente 50% dos participantes passarão por um treinamento de um a cinco meses na unidade industrial localizada no interior paulista. Outros 20% dos futuros colaboradores serão treinados em plantas industriais no exterior, como Argentina e Hungria. O período de treinamento varia de um a 10 meses. “Nessa etapa, teremos dezenas de pessoas sendo capacitadas dentro de nossas plantas industriais, vivenciando as mais modernas tecnologias do setor de pet food, com total sinergia de aprendizado e conhecimento. Na Argentina, por exemplo, serão 10 meses de treinamento”, reforça Bastos.
Nesse início do ano, começaram duas turmas: a primeira para a população em geral e a segunda voltada a pessoas que já estão inscritas no processo seletivo da fábrica de Vargeão. Ao longo do ano, mais quatro turmas serão abertas, tanto para contratados como para a comunidade. Conforme a demanda, podem ser criadas outras ondas de treinamento. Essa iniciativa se soma a outras parcerias que Nestlé Purina já vem fazendo com programas municipais de qualificação, formando moradores do entorno da futura fábrica. Uma turma piloto começou em Vargeão, com apoio do Senai e uma grade customizada para a Purina, focada nas especificidades da unidade que está sendo construída – outras turmas estão em negociação nos municípios de Xanxerê, Faxinal dos Guedes e Xaxim. A expectativa é que a nova indústria opere com aproximadamente 200 profissionais diretos.
O diretor-regional do SENAI, Fabrizio Machado Pereira, lembra que o setor de alimentos é promissor. “Além da formação de talentos para a fábrica, a indústria tem à disposição os Institutos de Tecnologia e Inovação do SENAI, que oferecem apoio para o desenvolvimento de novos produtos”, frisa.
Volmir Felipe, prefeito de Vargeão, falou do orgulho de receber tamanho investimento no município. “É um investimento grande em um setor de grande importância e a cadeia produtiva também acaba sendo beneficiada”, observa.
“O oeste começa a entrar na trilha da industrialização e a FIESC está tendo esse olhar especial para a região. Investimentos acertados vão ajudar a desenvolver o oeste catarinense e lá tem a matéria-prima que a Nestlé precisa”, comenta o governador Jorginho Mello.
Expansão no Sul
Em dezembro de 2021, Nestlé Purina anunciou a construção do novo parque industrial na região Sul do País, em Vargeão. A projeção de investimentos para o complexo chega a R$ 2,5 bilhões. O projeto industrial terá tecnologia exclusiva para produção de pet food e processos voltados à redução de impactos ambientais.
As obras iniciaram no primeiro trimestre de 2022 – período em que Purina obteve as licenças necessárias e realizou toda a fase de terraplenagem – e seguem esse ano com a construção, instalação dos equipamentos e início dos testes de fabricação. Até o fim de 2023, a previsão é ter mais de mil pessoas trabalhando na construção e na instalação, em uma área construída que chega a 40 mil m2. A inauguração ocorrerá em março de 2024.
“A fábrica já nascerá com um conceito de indústria 4.0, em que atuaremos com maior eficiência e produtividade, além de vantagens como implantação, controle e manutenção de linhas realizadas de forma remota, e do uso de robôs em diversas operações, o que torna o processo mais ágil e seguro”, conta Eric Zeller, BEO de Nestlé Purina no Brasil. A fábrica será totalmente automatizada e com a digitalização implementada antes do início da produção, com a tecnologia patenteada e desenvolvida nos últimos anos por Purina.
A nova unidade será construída para atender à crescente demanda dos mercados interno e externo por alimentos úmidos para cães e gatos, acelerar o crescimento da companhia e ajudar a consolidar o Brasil como uma importante plataforma de exportação para outros países da América Latina, Estados Unidos e Europa. A nova fábrica vai gerar valor para as cadeias produtivas da região com o aumento da demanda por insumos da agroindústria existente, tanto por proteína animal quanto no consumo de grãos, insumos essenciais para o setor de pet food.