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NO BOLSO É ONDE DÓI MAIS

Para qualquer lado que se olhe as notícias são de arrepiar: previsão de um encolhimento do PIB de 1,4% para 2,0% em 2015 e já não se vê mais possibilidade de crescimento em 2016; perspectiva de aumento do índice inflacionário de 7,5% para pelo menos 9,0% para este ano; dívida pública alcançou o recorde de 2,6 trilhões de reais; o dólar subindo dia a dia, há muito ultrapassou a barreira dos R$ 3,00; a indústria com queda na produção dá férias ou demite colaboradores e o varejo com menos vendas reduz salários e postos de trabalho, ambos nos brindam com indicadores de desemprego cada vez maiores a cada pesquisa; e por aí vamos nós, enfrentando uma tormenta em um caminho acidentado, torcendo para que não fure um pneu ou aconteça coisa pior que nos deixe desabrigados nessa hora de mau tempo.

Esse é o sentimento. Essa é a voz do povo. Converse com qualquer um nas ruas e ouvirá suas queixas. É unânime a revolta com os preços da conta de luz – agora também da água, reajustada que foi -, da gasolina, dos alimentos, de tudo Das conseqüências que isso traz, a pior é a inadimplência. Esse povo que se endividou, incentivado pelo governo, comprando carros populares para pagar em 60 meses, que comprou eletrodomésticos para pagar em 36 meses, que adquiriu sua casa própria para pagar em 15 anos, que tinha suas contas feitas na ponta do lápis e que agora não consegue mais pagá-las pela perda do seu poder de compra, corroído pela inflação, vê seu nome arrastado para a lista dos maus pagadores e seu crédito na praça sumir.

62% das famílias brasileiras estão endividadas, só 38% dos brasileiros não devem nada para bancos, financeiras ou para o governo. 21% das famílias brasileiras estão inadimplentes, com dívidas em atraso, sem condições de honrar seus compromissos, 1 em cada 5.

Exatamente esse número se repete com os mutuários do “Minha Casa, Minha Vida”. Um em cada cinco mutuários das famílias com renda até R$ 1.600,00 está com as prestações atrasadas em até 3 meses.

Uma da piores frases que existem é: – “Não foi por falta de aviso!”
Sim, porque quando somos obrigados a dizê-la o pior já aconteceu.

Não vimos até agora um único gesto do governo no sentido de cortar gastos, reduzir suas despesas, cortar o cabide de empregos para os companheiros reduzindo alguns dos 39 ministérios ou dos 23 mil cargos comissionados de Brasília.

Por enquanto o ajuste fiscal só penalizou os trabalhadores e as camadas mais sensíveis da população, aqueles a quem a falta de um real faz o bolso doer.

Dr. Vicente, Deputado Estadual.

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