Final de semana agitado em Brasília. Teve até manifestação contra o STF. Um ou dois cidadãos abusaram, pedindo o fechamento da corte e defendendo o golpe. Não faz o menor sentido. Ainda bem que foram tão poucos.
Mas à medida que o Supremo vai avançando sobre as atribuições dos demais poderes, isso começa a criar um ambiente desfavorável. A corte suprema hoje é mais rejeitada do que o próprio Congresso Nacional, uma façanha jamais imaginada neste país.
Na sequência dos acontecimentos, a ativista de direita, Sara Winter, que já foi esquerdista convicta, foi presa na manhã de ontem. Por criticar e ameaçar o tribunal.
Tudo dentro deste inquérito das Fake News, que avança descaradamente sobre atribuições de outras instituições – além das decisões que atropelam o Executivo e o Legislativo.
Sem limites
Neste contexto, as supremas togas avançam sobre as atribuições do Ministério Público, que faz parte do Judiciário, e da Polícia.
Outra façanha recente foi na sexta-feira, quando um dos ministros deixou bem claro que, pelo seu entendimento, as Forças Armadas não detêm o Poder Moderador. Não para romper com o estado de Direito, mas para recompô-lo.
Nada disso
Ao contrário da interpretação dada pelo maior, senão um dos maiores, jurista do nosso tempo, Ives Gandra Martins, segundo quem os militares poderiam intervir em um poder se esse extrapolar suas competências, desequilibrando um dos três pilares do estado tupiniquim.
Tudo liberado
Outra toga suprema disse, no Rio de Janeiro, declarou que não é permitida a presença das Polícias nas favelas. Pelo visto, vão entregar tudo de vez aos traficantes.
Dados, muitos dados
De volta aos superpoderes dos deuses do olimpo, o TSE já tem aceso aos dados do inquérito das Fake News, peça jurídica consagradamente ilegal. Porque o STF investiga, papel da Polícia; denuncia, função do Ministério Público; e julga, seu próprio papel. Só que as “vítimas” neste caso são eles mesmos, os 11 integrantes da Suprema Corte.
Risco absoluto
A situação está se tornando inadmissível. Os senhores ministros estão esticando demais a corda, colocando-se acima do bem e do mal e de Deus. Isso é uma vergonha nacional, não sobra um pra fechar a porta. Luiz Fux, que vai assumir a presidência do tribunal em setembro, quando era advogado procurou condenados do PT, segundo versão do notório José Dirceu. E disse para deixarem com ele, que ele “mataria no peito.”
Vermelho
Vai substituir Dias Toffoli, que foi advogado do PT e que trabalhou com o duplamente condenado José Dirceu na Casa Civil de Lula da Silva. E que prestou concurso para a magistratura duas vezes no estado de São Paulo e não foi aprovado. E hoje é presidente da corte máxima do país. Coisas de uma republiqueta que precisa evoluir muito para se consolidar como democracia minimamente respeitável.
Amigos do Rei
Nesta batida, daqui a pouco a situação sai do controle. Presidentes dos demais poderes, o da República e dois do Congresso, são atacados diuturnamente. E foram eleitos pelo voto popular. Os ministros do STF nem eleitos foram. Nem sequer tinham uma carreira na magistratura, 30, 35 anos, não. Nada disso. Indicação política de advogados amigos do presidente da República de plantão.
E não aceitam de forma alguma receber críticas. Brincadeira tem hora!
