O primeiro debate deste segundo turno, reunindo Lula da Silva e Jair Bolsonaro, acabou merecendo a atenção de um público interessante. A audiência média ficou na casa de 13,5%, com pico de 14,5%, especialmente na parte final do programa. Atingiu o ápice justamente quando Jair Bolsonaro nocauteou o ex-presidiário ao vivo para todo este país.
No primeiro bloco, o presidente da República ficou um pouco desconfortável em função dos temas levantados pelo ex-presidente, sobretudo na questão da pandemia. Bolsonaro não se saiu mal, mas teve que ficar na defensiva.
O segundo bloco do debate foi marcado por perguntas de jornalistas aos dois postulantes. O ponto alto foi quando o chefe da nação lembrou ao distinto público que Lula só estava ali, solto e concorrendo à presidência, por uma decisão monocrática do tal “ministro” Edson Fachin. O mesmo Fachin que fez campanha, subindo no palanque de reeleição de Dilma Rousseff em 2014! Certamente trata-se de um magistrado acima de qualquer suspeita. A chicana, o golpe branco do ministro-militante, foi referendado depois pela corte, recheada de indicados e amigos de Lula.
Golpe de misericórdia
No bloco final, foi uma covardia. Lula da Silva foi nocauteado. Usou mal o tempo, ficou patinando, tentando apresentar explicações, com dificuldade de raciocínio e tudo o mais.
No final, Jair Bolsonaro ficou com praticamente seis minutos falando sozinho e torpedeando o petista. Que não conseguiu se recuperar das estocadas em relação a temas como investimentos bilionários em ditaduras canhotas de quinta categoria, mensalão, petrolão, as delações e por aí vai.
Perdidinho
O candidato do PT ficou completamente perdido, atordoado. Ali, Bolsonaro sagrou-se o grande vencedor do debate/embate. Se o evento tiver o condão de influenciar os indecisos ou os que se abstiveram no primeiro turno, sem dúvidas o programa da Band pode favorecer o presidente da República.
Engajamento
Outro aspecto importante, muito simbólico durante o debate: Bolsonaro entrou na emissora acompanhado do senador eleito pelo Paraná, o ex-juiz Sérgio Moro. A simples presença de Moro mexeu com Lula, tirou ele do ponto, o desestabilizou.
Raivoso
O ex-lulinha paz e amor estava visivelmente tenso, destratou publicamente um colaborador, pegava o lenço toda hora, mexia com as mãos, avançava sobre a fala de Bolsonaro a todo o momento. Enfim, foi quase uma covardia o embate mano a mano entre os dois. Lula da Silva tem muita dificuldade de se controlar, de raciocinar e de se comunicar corretamente.
Altivez
O presidente manteve-se tranquilo, senhor da situação. Tanto é assim que Lula da Silva já está sentindo a necessidade de virar o placar de momento. Considerando-se que ele chegou no primeiro turno com quase 6 milhões de votos, essa vantagem já derreteu.
União de forças
Bolsonaro recebeu muitos, consistentes e estratégicos apoios neste round final. O candidato à reeleição tem tudo para ampliar a vantagem que já teve em São Paulo, no Rio de Janeiro e vai virar em Minas. Sem falar no Rio Grande do Sul, onde o PT está fora da reta final da campanha estadual. A situação é desesperadora para os comunistas deste país.
Ele sabe
Ainda mais agora, nos estertores da campanha com a presença pra lá de significativa de Sérgio Moro ao lado do presidente. Ao final do debate, o ex-juiz rebateu declarações de Lula sobre corrupção.
Estrelando
Moro e o deputado federal eleito pelo Paraná, Deltan Dallagnol, que foi o chefe do Ministério Público na Lava Jato, vão estrelar programas da campanha presidencial ainda nesta semana.
São adesões de figuras nacionais, que já perderam um pouco de consistência, mas que ainda são admiradas em várias partes do país. No momento, portanto, todos os fatos vão conspirando a favor de Jair Bolsonaro.
Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO, divulgação