Nova federação
Na segunda à noite, em Florianópolis, pela primeira vez em SC, reuniram-se as principais lideranças do PP e do União Brasil, partido que é resultado da fusão do PSL com o DEM.
Essa agenda tornou-se indispensável considerando-se que, nos próximos dias, em Brasília, deve acontecer a formalização da federação entre as duas siglas.
Em Santa Catarina há a necessidade de se buscar harmonia e boa convivência, considerando-se que lideranças das duas agremiações sempre estiveram em posições antagônicas. Destaque para a família Amin e Gean Loureiro. Uns abrigados no PP e o outro, no UB.
Em 2016, o ex-prefeito derrotou a ex-deputada progressista com pouco mais de 1 mil votos de dianteira, assumindo o paço florianopolitano pela primeira vez.
Faltava 1% dos votos para serem apurados quando se abriram as urnas da Tapera e dos Ingleses, onde Gean conseguiu a virada histórica. As feridas ainda são recentes.
Quatro anos depois, Angela ficou em quarto lugar e Gean conquistou a reeleição. A ex-parlamentar fez uma votação decepcionante. Novas feridas entre os combatentes.
Larga margem
Outro aspecto levando-se em consideração as novas realidades das políticas nacional e estadual. No ano passado, Jorginho Mello venceu a eleição catarinense com pouco mais de 70% dos votos.
Rabeira
Gean ficou em quarto, filiado ao União Brasil, e o senador Esperidião Amin conseguiu desempenho ainda pior. Foi o quinto, justamente atrás de Gean Loureiro. A turma precisa se mexer para sobreviver, essa que é a grande verdade.
Os números
Para as representações no Congresso e na Alesc das duas legendas, existe um certo equilíbrio. Amin vai cumprir mais de três anos como senador e o União conseguiu reeleger Fábio Schiochet para deputado federal.
Parlamento
Na Assembleia, cada partido tem três deputados estaduais. Evidentemente que o mandato de senador é mais representativo, até por ser majoritário, do que o de federal.
Capilaridade
Observando-se o quadro municipalista, o Progressistas dispõe de um contingente muito mais consistente de prefeitos e vereadores. Por tudo isso, os sinais levam a crer que Esperidião Amin assumirá a presidência da federação em SC.
Logo ali
Quando olhamos para 2026, contudo, o nome natural para a candidatura ao governo é o do próprio Gean. Tudo dependerá, evidentemente, das conversações.
Força
Os partidos estão convencidos, contudo, que é necessária essa união para que se possa enfrentar, com mais consistência, o projeto de reeleição de Jorginho Mello.
De braçada
O governador deverá chegar muito forte daqui a quatro anos. Com a máquina pública na mão e um PL que tem tudo para se fortalecer em 2024, elegendo mais prefeitos e vereadores.
Calejado
Não custa lembrar que Esperidião Amin já passou por algumas situações que merecem registro. Em 1982, o progressista derrotou Jaison Barreto por 12,5 mil votos, tornando-se governador.
Conversão
Em 1985, na eleição da Capital, os dois estiveram juntos. Barreto indicou Manoel Dias para vice e Amin apontou o secretário da Casa Civil, que elegeu-se deputado estadual em 1982, Francisco de Assis Filho.
Rompimento
Na oportunidade, Amin e Jorge Bornhausen estavam rompidos. O então senador lançou Ênio Branco a prefeito, com César Souza, pai, de vice. Foi para rachar os votos dos adversários à época.
Larga margem
Mas nem isso segurou a folgada vitória de Edison Andrino de Oliveira, que abriu 16 mil votos de frente sobre Chico Assis.
Pavimentando
Ali, já se abriu o caminho para a eleição de Pedro Ivo Campos ao governo catarinense em 1986.