O acordo envolvendo PSD, PSB e PR, anunciado na última sexta-feira, é emblemático. Não só com vistas a 2016, mas também avaliando-se o contexto sucessório estadual em 2018.
Partido do governo e em ascensão aqui no Estado, seu maior reduto no Brasil, o PSD foi buscar duas legendas que também renovaram suas direções em 2014 e estão em curva ascendente. Mas ainda longe de serem incluídas no rol dos grandes partidos catarinenses.
Tanto PSB como PR têm boas perspectivas de fortalecimento a partir do resultado das urnas em 2016, projeção que não passou despercebida do presidente estadual pessedista, deputado Gelson Merísio.
Como PSDB e PP, os dois que ficaram de fora na aliança antecipada, têm pré-candidatos fortes à sucessão de Raimundo Colombo, Merísio deu sua tacada e já encaminhou mais tempo de rádio e TV ao seu projeto, além de novos e potenciais cabos eleitorais, caso ele consiga ser candidato a governador em 2018.
Três frentes
Com a tacada do PSD, atraindo PSB e PR já em 2016, o quadro sucessório estadual pode ter até três frentes. Uma com o trio acima, outra com PP e PSDB, não necessariamente nesta ordem; e mais uma com o PMDB. A incógnita é saber se o Manda Brasa aceitaria o PT como aliado, devido ao fator contaminação, no vácuo dos escândalos de corrupção.
Histórico
Vale lembrar que Esperidião Amin (PP) e Paulo Bauer (PSDB) já governaram junto o Estado, de 1999 a 2003.
Perfil empresarial
Empresário Ronaldo Baumgarten Junior já está admitindo, em conversas reservadas, a possibilidade de candidatar-se a prefeito de Blumenau pelo PSD. Desde que, obviamente, seja convocado pelo partido. O projeto conta com a simpatia e o entusiasmo do governador Raimundo Colombo, do secretário João Paulo Kleinübing (Saúde) e do presidente da Alesc e do PSD, Gelson Merísio.
Fatores
Se Ronaldo Baumgarten entrar no jogo de fato, o panorama eleitoral muda em Blumenau. Até porque, ele também tem conversado com o senador Dalírio Beber (PSDB), numa articulação que poderia levar o empresário do PSD a ser vice de Napoleão Bernardes. O atual prefeito é nome que pode se fortalecer para uma candidatura ao Senado em 2018, quando o seu vice, em caso de reeleição, assumiria em condições de disputar a prefeitura, no cargo, em 2020.
Visão
Em explanação para alguns formadores de opinião na Casa d’Agronômica, ontem, Raimundo Colombo definiu os projetos do novo plano de carreira do magistério, com a descompactação da tabela salarial; e do aumento das alíquotas de contribuição previdenciária dos servidores públicos, como projetos de Estado e não de governo. A coluna concorda.
Percentuais
O governador também revelou que, nos seus cinco anos de governo, os professores estaduais de nível médio tiveram aumento de 214%. Para os de nível superior, a majoração dos vencimentos chegou a 93%. A inflação média do período ficou na casa dos 30%. Essa relação achatou a tabela salarial do magistério, aproximando demais o piso do teto dos professores.
Aporte
Santa Catarina é o segundo Estado da federação que mais aporta recursos para cobrir o rombo previdenciário, garantindo os salários dos servidores aposentados. O campeão é o Rio Grande do Sul, que aplica 25,05% em relação à receita corrente líquida por mês. SC aporta 15,30%, enquanto em Minas Gerais o índice é de 15,03% e em São Paulo, de 10,45%.
