Bitcoin é ou não é um bom investimento? As fintechs desbancarão os bancos tradicionais? As novas tecnologias vão desempregar muitos trabalhadores nos próximos anos? Mesmo sem respostas, esses questionamentos vêm dominando a atenção do mercado. Muitos impulsionados pelo crescimento das startups nacionais, seja pela inovação, seja pela aproximação com grandes empresas de diversos setores. Em 2018, o cenário não é diferente. Conheça as nove startups para ficar de olho no próximo ano:
Fintech:
Fintech não se resume apenas à Nubank. O mercado brasileiro deste segmento financeiro continua crescendo em ritmo acelerado. No último ano, a quantidade de startups da área passou de 309 no país, um aumento de 41% em relação ao ano anterior. Entre elas, a Asaas foca em um público diferente: profissionais autônomos, MEIs e micro e pequenas empresas. Criada em dezembro de 2013, a plataforma ASAAS é uma solução completa para gestão de pagamentos e cobranças. E o crescimento está acelerado. Depois de fechar o ano de 2015 com um aumento de 400%, a startup financeira cresceu cerca de 320%, em 2016. No mesmo ano, os clientes ativos transacionaram um total de R$ 103 milhões via sistema. Desde o lançamento da startup, o sistema já recebeu investimentos de mais de R$ 6 milhões. O último aporte recebido foi no valor de R$ 2,5 milhões, liderado pelo fundo Cventures Primus.
Gestão empresarial:
Muitas empresas estão investindo em gestão ágil para crescer de forma rápida e consistente. Com uma solução pioneira no Brasil, a CoBlue é especialista em metodologia OKR e a primeira no país a desenvolver um software deste segmento. O método de gestão, famoso por ser usado em grandes empresas como o Google, auxilia a potencializar o crescimento de instituições, aprimorar suas culturas organizacionais com foco em alto desempenho, aumentar a horizontalidade, transparência e cooperação dentro das empresas. No total, a CoBlue já impactou mais de 30 mil pessoas. A projeção é que até o fim deste ano 210 empresas adotem a solução e o software gere um aumento de 10 vezes no seu número de usuários, contratos e faturamento – em 2016, a receita da empresa foi de mais de R$ 1 milhão.
Varejo:
Em geral, o lucro real dos supermercados representa apenas 2% de seu faturamento total. São muitos os processos que, por falta de automatização e modernização, se tornam lentos e caros. A Smarket surgiu em 2013 a partir da percepção desses problemas e se propõe a potencializar as promoções e a agilizar a produção de materiais de divulgação. O software desenvolvido pela startup catarinense é pioneiro no país e conecta dados de estoque, validade, preços e estatísticas de venda, resultando na identificação dos produtos mais estratégicos para entrarem em promoção e automatizando a produção de tablóides, por exemplo. Estima-se que a metade das promoções realizadas não geram aumento nas vendas ou, muitas vezes, causam prejuízo aos mercados.
Eventos
O setor de Turismo, Eventos e Hospedagens cresceu 4,3% no primeiro trimestre de 2017, de acordo com dados do Ministério do Turismo. A área de eventos foi a segunda mais promissora no período, com crescimento de 6,9%, atrás apenas das operadoras de viagens. Olhando para esse cenário e para uma das maiores demandas da área, a startup mobLee decidiu investir em tecnologias que podem ser aplicadas de ponta a ponta na organização de eventos. No mês de outubro, a empresa, que já desenvolveu apps para mais de 700 encontros, lançou mais três soluções tecnológicas para o setor. Em 2017, a empresa triplicou o número de funcionários, passando de 15 para 50. Um dos impulsos para este crescimento acelerado é o aporte de R$ 3 milhões recebido no início de 2017 pela gestora de fundos de venture capital Bzplan. Entre os clientes, estão a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP), Endeavor Brasil, BM&F Bovespa, Bradesco, Sebrae, Magazine Luiza e empresas de tecnologia de diversos portes, como Salesforce, Zendesk e Resultados Digitais.
Saúde:
Segundo o Institute for Healthcare Informatics (IMS), de cada 100 prescrições, apenas 25% são seguidas como deveriam. Além disso, segundo dados da própria IMS, o custo de oportunidade do setor de saúde apenas nos EUA é de cerca de US$ 1 trilhão. A CUCO Health é uma startup de health tech que oferece soluções para melhorar a experiência da população com o tratamento médico. Conectando profissionais da área da saúde e pacientes, a empresa criou, em 2015, o aplicativo CUCO, que permite um acompanhamento completo da saúde dos seus usuários: desde lembretes para tomar os remédios, até o monitoramento personalizado por profissionais, sempre focando na prevenção clínica. A CUCO é a primeira empresa de saúde a trazer o conceito de Personal de Saúde para o Brasil e o aplicativo já foi baixado por mais de 60 mil pessoas, dentro e fora do país. Além do app, a CUCO disponibiliza uma plataforma de monitoramento de pacientes, o POP Health, que integra o sistema de alguns hospitais.
IoT:
Para muitos especialistas, o futuro da tecnologia é este: IoT (internet das coisas). A startup catarinense Byond, incubada no MIDITEC, está entre as 193 empresas brasileiras que estão inovando na área de tecnologias emergentes, como a de IoT (Internet das Coisas). O crescimento da Byond ocorreu após a mudança do modelo de negócios da empresa. A startup começou a focar seus esforços na indústria de manufatura para encontrar soluções de rastreabilidade de produto utilizando IoT, área que até 2025 deve movimentar R$ 135 bilhões no Brasil. Entre as conquistas da Byond no ano de 2017 estão dois projetos fechados com a Gerdau, aprovação no Edital da FINEP Startups, iniciativa que busca auxiliar empresas nascentes por meio de investimento e o recebimento de um aporte de R$ 250 mil feito por investidores da Rede de Investidores Anjo de Santa Catarina (RIA SC).
Agronegócio
Quem disse que o agronegócio não pode inovar? A startup de Joinville Jetbov leva tecnologia e automatização para a produção de gado, através de um aplicativo que coleta dados e monitora a produção do animal. A empresa promete diminuir em 30% o tempo dedicado ao manejo do gado, e ampliar o poder de decisão do fazendeiro, oferecendo dados da nutrição, vacinas, e todo o ciclo reprodutivo do animal em tempo real, sem precisar de internet. Mais de 400 mil cabeças de gado já passaram pelo aplicativo, mais de 100 milhões de reais em compras foram registradas na plataforma e mais de 1 bilhão de reais em ativos de fazenda são gerenciados pelo JetBov.
Gestão pública
Assim como o agronegócio, a gestão pública é um dos setores tradicionais que começam a sentir o impacto das startups. A 1Doc desenvolve uma plataforma totalmente web de comunicação, atendimento e gestão documental para órgãos públicos. Com a solução, as secretarias, autarquias e departamentos ficam conectados aos cidadãos e empresas contribuintes para resolver mais rapidamente as demandas do dia a dia. Recentemente, a startup recebeu um aporte da Softplan, uma das maiores empresas de softwares de Santa Catarina. A expectativa da startup é alcançar até o fim de 2018 mais de 130 órgãos do país, especialmente prefeituras municipais.
Marketing no PDV
Empresas da indústria e do varejo investem cada vez mais em métodos complementares para ampliar o resultado em vendas, tendência reforçada pelo potencial de retomada do crescimento do consumo no Brasil. Entre eles, o setor de trade marketing é estratégico para o mercado, tanto para os profissionais que atuam na interação entre marketing e vendas quanto para as empresas que buscam manter a competitividade a partir de ações no ponto de venda. Quase 80% das empresas do ramo já utilizam tecnologia voltada para o setor, segundo a pesquisa Trade Insight, refletindo no crescimento do uso de soluções como o Agile Promoter, aplicativo de gestão no ponto de venda desenvolvido pela Involves. A empresa catarinense criada em 2008 registrou crescimento de mais de 100% ao ano desde 2010, faturando R$ 11,4 milhões em 2016 e atendendo clientes como L’Oreal, Nestlé, Motorola, Bosch e Tramontina.