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Novos tempos

O acordo consumado entre o MDB e o PP em Joinville, maior município e maior colégio eleitoral do estado, é uma realidade que ganha espaço já nas eleições deste ano.  Por muito pouco, esse acordo não aconteceu em Itajaí, com os Progressistas respaldando o deputado federal Carlos Chiodini.

A direção estadual respeitou o entendimento local quando o partido decidiu por subir no palanque do liberal Robison Coelho.  Mas assim como em Joinville, teremos dobradinha de MDB e PP em Indaial e Gaspar, no Médio Vale de Itajaí; em Braço do Norte, no Sul. Só para ilustrar. Nesta quarta-feira, os progressistas vão liberar o número de municípios em que as siglas estão juntas.

Leodegar Tiskoski, do alto da sua experiência de ex-deputado federal e estadual, tendo presidido o PDS também e agora de volta à proa do PP, não esconde que tem conversado quase que diariamente com o deputado federal Valdir Cobalchini, presidente do MDB catarinense.

 

ALI ADIANTE

 

A ideia é que os partidos possam estar juntos em 2026. Agora seria apenas uma prévia daquilo que se imagina que venha a ser concretizado no próximo pleito estadual. Resistências estão sendo neutralizadas, superadas. Na verdade, está em curso uma quebra de paradigmas.

Sim, Pedro Ivo Campos e Luiz Henrique da Silveira foram adversários ferrenhos de Esperidião Amin. A história conta, registra e foram décadas de rivalidade. Que ficaram lá, na história. Os tempos são outros. A polarização entre MDB e PP, que durou quase 35 anos, deixou de ser uma realidade.  Hoje o principal enfrentamento é entre o PL e o PT, liberais contra petistas.

Ora, como o MDB e o PP foram os partidos que mais governaram Santa Catarina ao longo das últimas quatro décadas, por que não buscar uma convergência até para mudar o eixo? Outro detalhe: esses dois partidos somados têm mais de 300 mil filiados. O PP está na expectativa de eleger de 50 a 60 prefeituras. Atualmente, tem mais de 40 paços municipais sob sua gestão.  O MDB tem perto de 100 municípios. Quer repetir os três dígitos. A tendência é que perca um pouco de consistência. Mas, se ficar na casa de 70, 80 prefeituras, seguirá sendo muito forte no interior catarinense.

Os dois partidos, somados, poderiam ter 130 prefeitos, sem falar nos vice-prefeitos e vereadores. O MDB está estruturado nos 295 municípios catarinenses. O PP em mais de 200. Luiz Henrique da Silveira e Pedro Ivo Campos não estão mais aqui, mas Esperidião Amin Helou Filho permanece. O MDB de 2024 tem outros nomes. Antídio Lunelli é um deles. O próprio Mauro de Nadal, presidente da Assembleia Legislativa; Carlos Chiodini, que agora disputa em Itajaí. É deputado federal, assim como Valdir Cobalchini.

Ao fim e ao cabo, poderemos estar presenciando, nas eleições municipais de 2024, uma mudança radical do quadro partidário e das respectivas alianças.

O MDB e o PP parecem incomodados com essa polarização entre petistas e liberais. Começam um flerte pontual aqui e ali que pode culminar em casamento majoritário em 2026.

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