Coluna do dia

Nuvem passageira

Carlos Moisés da Silva é alguém que apareceu do nada e se transformou governador pelas mãos do vereador de Tubarão à época, Lucas Esmeraldino. Que era o presidente do PSL em Santa Catarina e representante de Jair Bolsonaro no Estado.
Isso ocorreu num momento em que Bolsonaro não alimentava nenhuma perspectiva eleitoral. Ele, inclusive, ofereceu a proa do partido a outros dois conhecidos seus, colegas, deputados e amigos. Rogério Peninha Mendonça, de quem era vizinho, lado a lado ficavam os gabinetes na Câmara dos Deputados; e outro emedebista Valdir Colatto, que, na última legislatura, anterior ao pleito de 2018, acabou ficando como suplente.
Peninha declinou. Tinha mandato. A proposta de Bolsonaro seria para assumir o PSL e, ao mesmo tempo, concorrer ao Senado. O que efetivamente ocorreu com Lucas Esmeraldino. Mas, a negativa de Colatto, igualmente, fez com que Bolsonaro confirmasse Esmeraldino.
O acordo que já havia sido firmado, colocaria Esmeraldino de vice de Gelson Merisio, com as candidaturas de Esperidião Amin e Raimundo Colombo ao Senado. Mas, quando Amin veio para o acordo, condicionou ao aproveitamento de João Paulo Kleinübing, que, na oportunidade, estava no União Brasil.

Vaga

E JPK acabou vice. Nisso, preterido, o comando do PSL resolveu lançar Carlos Moisés ao governo do Estado. Tratava-se de um coronel, bombeiro da reserva, que era um auxiliar de Lucas Esmeraldino, que o trouxe de Tubarão para ajudá-lo nas questões partidárias.

Surfando

Virou governador pela onda de Bolsonaro. Foi uma nuvem passageira, tanto na chegada quanto na saída. Sim, um ilustre desconhecido, incapaz de ter o bom senso de conduzir o governo de uma forma que fosse de convergência com aquele que o elegeu, o próprio Bolsonaro.

Alucinação

O pior de tudo é que ele declarou em várias oportunidades e até para o próprio colunista que a votação de Bolsonaro em Santa Catarina deveu-se a ele. Ah, sim, então em 2022 também se deveu a Jorginho Mello. Que, diferentemente de Moisés, foi vereador, quatro vezes deputado estadual, presidente da Assembleia, duas vezes deputado federal e senador.

Deslize

Moisés rompeu desnecessária e inexplicavelmente com Bolsonaro já nos primeiros meses. Presidente que o ignorou olimpicamente, jamais o visitou no Palácio Presidencial e nem no Centro Administrativo; e jamais o recebeu no Palácio Planalto. Resultado, nem para o segundo turno ele foi.

Migração

Antes de deixar o governo, Carlos Moisés resolveu assumir a presidência dos Republicanos em Santa Catarina. Garantiu ao presidente Marcos Pereira, deputado federal por São Paulo, que iria correr o Estado e preparar o partido para uma eleição exitosa. A verdade é que não estruturou partido e não viabilizou candidatura qualquer.

Clube

O partido, o Republicanos, ficou acéfalo. Moisés colocou na executiva só pessoas da sua relação. Depois chegou a prometer que concorreria à Prefeitura de Tubarão.

Degola

Diante da completa inércia, o ex-governador acabou perdendo o comando do partido para o atual, que o derrotou nas urnas 2022. E ficou por isso mesmo. Moisés saiu definitivamente da cena política.

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